quarta-feira, 28 de maio de 2025

The Aga Khan Studs, novamente um celeiro de campeões.

 



Princesa Zahra Aga Khan e Sua Alteza Aga Khan IV

Nesse mês de maio a criação Aga Khan mais do que confirmou o acerto na mudança de rumo no seu planejamento de coberturas. Tal modificação ocorreu na temporada de 2018 e produziu imediato fruto com o nascimento em 2019 de Vadeni, vencedor em 2022 do Prix du Jockey Club - Derby francês, prova que os Aga Khan Studs não venciam desde 2006 (Darsi). Nessa mesma geração nasceu Erevann, vencedor aos 3 anos do Prix Daniel Wildenstein. Vadeni e Erevann formam hoje, ao lado de Siyouni, Sea The Stars e Zarak o time de garanhões Aga Khan.

Até 2017 a criação Aga Khan seguia rígidos protocolos quanto a utilização de consanguinidade, fato que em muito restringia sua carta de monta. E também era possível observar que poucos indivíduos cumpriam com o sistema Vuillier, metodologia que levou o Aga Khan III a ser o mais bem sucedido criador de sua época.

Na Poule d'Essai des Pouliches sagrou-se vencedora ZARIGANA, cuja parte do estudo de seu pedigree segue abaixo. Ela é um contraponto para o falso entendimento que inbreedings sobre DANEHILL são fadados ao fracasso, sendo que na verdade eles são sim, extremamente sensíveis a balanceamentos incorretos.






Nessa mesma prova MANDANABA obteve a terceira colocação, sendo ela uma representante da filosofia de pouca consaguinidade, mas com seu pedigree cumprindo com o método Vuillier.



Segue abaixo os pedigrees dos outros 5 vencedores Grupo 1 Aga Khan a partir dos nascimentos 2019.


1 - Vadeni, 2019. 

                               



2 - Tahiyra, 2020.



3 - Ezeliya, 2021.



4 - Rouhiya, 2021.



5 - Candelari, 2021.


Aqui, assim como no inbreeding para Danehill utilizado em Zarigana, fica demonstrado que é possível obter classe com inbreeding sobre SADLER'S WELLS, mas, evidentemente desde que cumprindo preceitos técnicos.

A partir da geração nascida em 2019 os Aga Khan Studs produziram outros 13 vencedores de grupo: 

1 - Erevann (G2),

2 - Hanalia (G2),

3 - Shartash (G2),

4 - Calandagan (G2),

5 -  Midak (G3),

6 - Ridari (G3),

7 - Mandanaba (G3),

8 - Shamida (G3),

9 - Sumiha (G3),

10 - Candala (G3),

11 - Zabiari (G3),

12 - Baiykara (G3) e 

13 - Saiydabad (G3)

mais os colocados Zarir (2º G1), Shembala (2º G2), Dolayli (3º G2), Asmarani (2º G3), Azimpour (2º G3), Sibayan (2º G3), Keran (2º G3), Dabawa (2º G3), Saganti (2º G3), Emaniya (2º G3), Erzindjan (2º G3), Azazat (2º G3), Shamarkand (3º G3), Reyenzi (3º G3), Shandana (3º G3), Rajapour (3º G3), Mashia (3º G3), Kerkiyra (3º G3), Haziym (3º G3) e 12 vencedores de Listeds.



Zarigana












quinta-feira, 8 de maio de 2025

Alpha: sua devolução, um acerto ou um erro?

 


 

A importação de Alpha seguiu padrão comum da criação brasileira, o de trazer garanhões fracassados em seus turfes de origem, na expectativa de que revertam seus resultados entre nós, e de fato, temos exemplos positivos, pois Executioner, Spend A Buck e Drosselmeyer assim o fizeram.

Alpha chegou ao Brasil com números reprodutivos bastante modestos, assim como os acima citados e de concreto um pedigree esplendido, pois, trata-se de um Bernardini (Preakness e Travers S.) em Munnaya, uma descendente direta de Pretty Polly na linha de Kamar, que ainda possui em seu pedigree Nijinsky (triplice coroado), Alydar (Travers S.) e Key to the Mint (Travers S.). Alpha tinha tudo para se sobressair em corrida, como realmente aconteceu. Venceu quatro provas de grupo, sendo duas de graduação máxima (Travers S. e Woodward S.).

É inegável que Alpha possui um pedigree mais consistente que os fracassados, a pouco citados, e que aqui tiveram esplêndido sucesso reprodutivo. Consequentemente é inexplicável o preconceito para com Alpha deste o primeiro momento de sua chegada.

A única forma de se entender tal preconceito é que ao chegar perceberam que Alpha não correspondia ao tipo físico de PSI tipicamente norte-americano. Alpha corria com peso médio de 470 quilos, e o aculturamento de nossa criação pelos EUA sedimentou, entre alguns, que cavalo de corrida deve ter mais de 500 quilos... PSI é gado de corte?

Como se Deep Impact, o garanhão mais valorizado no turfe mundial de todos os tempos - serviço de 1 milhão de dólares (apenas para raras éguas aprovadas) não corresse com a média de 426 quilos.

Consequentemente Alpha foi preterido desde o início e a ele foram destinadas éguas consideradas de menor qualidade, a exceção de alguns criadores com maior visão técnica. Tal quadro se agravou com o nascimento de sua primeira geração, pois seus filhos majoritariamente correspondiam a um tipo de cavalo europeu, tipo físico fora do imaginário de qualidade que hoje norma o turfe brasileiro. Outro aspecto relevante é a idiossincrasia dos descendentes de Nijinsky, em sua imensa maioria formada por animais "sanguíneos" e tal fato não agrada, de forma geral, aos treinadores de qualquer turfe mundial, que preferem trabalhar e priorizam genéticas "mais tranquilas".

Alpha possui 99 produtos corridos, 60 venceram (61%), 86 se colocaram (87%), 3 venceram grupo 1 (3%), 9 (9%) se colocaram em provas de grupo e 6 (6%) se colocaram em clássicos regionais.

Seus vencedores de grupo com respectivos pesos em suas vitórias G1 são Dream Alliance (GP São Paulo, 476 quilos), Cold Heart (GP Derby Paulista, 436 quilos) e Sinsel (GP Francisco Eduardo de Paula Machado, 477 quilos).

Não temos dúvida que no quesito qualidade Alpha irá contribuir para a criação brasileira.

Resta a pergunta: diante do nível dos garanhões que hoje servem no Brasil foi acertada a devolução de Alpha?