quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Gallian



Gallian, fam. 13-c, castanho, SP, 2006, Dodge em Iriscordemel por Minstrel Glory, de criação do Haras Tibagi e propriedade do Beverly Hills Stud. Foi o líder inconteste de sua geração aos 2 anos em Cidade Jardim, também se sagrou vencedor de importante prova para dois anos no Hipódromo do Cristal, a Copa Velocidade de Potros. Exemplar precoce, veloz e duro, confirmou em pistas sua excepcional ascendência sprinter.

Dodge, seu pai, 7-3-1-1, mesmo tendo enfrentado importantes problemas relacionados a saúde de locomotores se apresentou como um muito útil animal de pistas. Aos 3 anos venceu o Best Turn Stakes, G3, 1200 m e se colocou em 3. Riva Ridge Stakes, G3, 1400 m, 5. Withers Stakes, G3, 1700 m e Gotham Stakes, G3, 1600 m. Como garanhão se destacou entre nós por ser um transmissor de velocidade em seu estado mais puro de brilhantismo, produziu diversos vencedores de grupo 1. Dodge é o maior produtor de vencedores em provas de velocidade do turfe brasileiro, onde destacamos Immigrant Girl (GP Major Suckow, 1000 m), Lost Love (GP Major Suckow, 1000 m), Norway Boy (GP Major Suckow, 1000 m), Old Dodge (GP Major Suckow, 1000 m), Ultima Palavra (GP ABCPCC, 1000 m), Omaggio (GP ABCPCC, 1000 m) e nos EUA a Rat Burana (Allan Robertson Fillies Championship, G1, 1200 m). Atingiu como garanhão o expressivo índice de 5% em vencedores Blacktype e 14,11% colocados nessas provas.


Dodge.




A sua mãe Iriscordemel foi a champion 2-years old de 2000 em Cidade Jardim, 6-4-1-0, suas vitórias nos listeds 2 anos, Clássico Pres. Luiz Alves de Almeida, 1000 m; Clássico Pres João Carlos Penteado, 1300 m e a segunda colocação no Grande Prêmio João Cecílio Ferraz, G2, 1500 m foram seus principais resultados. Com 6 filhos em idade de corrida, 5 correram e 5 venceram, Gallian é seu melhor produto. 

Sua avó materna, a norte-americana Slew Me Down é uma filha do chef-de-race Seattle Slew, e pode ser considerada como uma boa mãe de ganhadores, de seus 8 filhos apresentados em hipódromos oficiais no Brasil, todos se sagraram vencedores. Seu filho norte-americano Patton  é vencedor do Gulfstream Park B. C. Sprint Handicap, G3, 1300 m; 2. Hutcheson Stakes, G2, 1400 m, etc e garanhão nos EUA. 

A terceira mãe de Gallian, Mitey Lively foi destacado expoente de sua geração, 10-4-5-0, tendo obtido importantes colocações como os segundos lugares no Kentucky Oaks, G1, Acorn Stakes, G1 e Post Deb Stakes, G3.

Esse é um interessante veio materno, do qual descendem Kana Ka (GP Jockey Club Brasileiro, G3), Pedra de Ouro (4 vitórias em 5 saídas - champion sprinter no Uruguai, GP Maroñas, G2), Honey Hill Lil (3. Dogwood Stakes, G3), Tatamovich (GP Derby Paranaense, G3), etc.




Minstrel Glory.


Seu avô materno Minstrel Glory, um típico Hoist The Flag, 11-2-1-2, obteve em sua vitória no Wetchester Handicap, G3, D, 1600 metros sua melhor performance. Foi um garanhão de razoável calibre, ingressou na reprodução nos EUA em 1986 e produziu Lucy’s Glory (1. Astoria Stakes – G3, 2. Schurleville S – G2, 3. Gardenia S – G2, 4. Matron S – G1), Lucky Minstrel (1. Champagne S – G1), etc. No Brasil, seus principais filhos são Hail Glory (1. GP Diana – G1, 1. GP Barão de Piracicaba – G1, 1. GP Pres Guilherme Ellis – G3, 1. GP Antonio T Assumpção Netto – G2), Job di Caroline (1. GP Jockey Club Brasileiro – G1, 1. GP Roger Guedon – G3, 3. GP Estado do Rio de Janeiro – G1), Bite Back (1. GP Criação Nacional – G1, 1. GP 25 de Janeiro – G2) e Zé Corredor (1. GP Derby Paulista – G1, 1. GP Antonio S Prado – G2) mais vencedores e/ou colocados em G2 e G3 como In Sunshine, Hora Legal, Hellish Cat, Day of Glory, Glory Story, etc. Mas, se destacou amplamente como avô materno e encontra-se entre os melhores que já se apresentaram ao turfe brasileiro, sendo 6 em 2004/2005,  4 em 2006/2007,  3 em 2007/2008, 2 em 2008/2009, 2 em 2009/2010, 3 em 2010/2011, 3 em  2011/2012 e  3 em  2016-2017.


Gallian em sua vitória no Grande Prêmio Antenor de Lara Campos.





                                                     Campanha

2 anos

1. Prêmio Mirabalis, 1100 m, AP, Cidade Jardim,
2. Grande Prêmio Presidente Augusto de Souza Queiróz, G3, 1200 m, AMR, Cidade Jardim,
1. Grande Prêmio Copa Velocidade de Potros - ABCPCC , G3, 1200 m, AB, Cristal,
1. Grande Prêmio Antenor de Lara Campos, G2, 1500 m, AP, Cidade Jardim,

3 anos

1. Prova Especial Profissionais do Turfe, 1200 m, AMR, Cidade Jardim,
1. Clássico Ano Novo, L, 1200 m, AP, Cidade Jardim,
5. Grande Prêmio ABCPCC - Internacional, G1, 1000 m, GM, Cidade Jardim.

Acreditamos que Gallian seja uma muito boa escolha na reprodução, e que ele deveria ser levado em consideração por nossos criadores na hora do planejamento de suas cartas de monta. Evidentemente, desde que se tenha especial atenção quanto as éguas a ele oferecidas no quesito saúde locomotora e mensageiros dos quais descendam. Apesar de sua tendência para a areia como corredor, entendemos que pela produção de seu pai, extremamente vitoriosa na grama, mais o ecletismo de Minstrel Glory, seja plenamente possível objetivar gramáticos e com boa possibilidade de se alcançar a milha com sucesso. Até o presente momento Gallian possui apenas 20 produtos registrados, com parte de seus filhos na cancha reta, o que dificulta uma análise quanto a qualidade de sua produção no relativo a hipódromos oficiais.

Uma sugestão para Gallian seriam filhas de Elusive Quality, também família 13-c, alavancando essa Superestruturação Familiar, sem contar que ainda teríamos um 3 x 4 sobre o chef-de-race Mr Prospector, também membro da 13-c, o que potencializaria mais ainda esse cruzamento. Na hipótese dessa filha de Elusive Quality pertencer a família 13, independente de seu ramo, teríamos um cruzamento que poderia ser considerado uma "obra de arte" dentro do conceito de Reaproximação Familiar, que vai além da Superestruturação.

Outra excelente opção para Gallian seriam filhas de Nedawi, outro 13-c, trazendo um 4 x 5 x 5 sobre Northern Dancer. Se essas filhas, fossem por éguas de Choctaw Ridge, Fast Gold ou outro descendente de Mr Prospector, teríamos além do inbreeding sobre ele, mais potencialização da família 13-c através da superestruturação familiar. No caso de Nedawi, também a busca de uma sua filha pertencente a família 13 seria UM LUXO! Filhas de Royal Academy, buscando-se Northern Dancer em um não radical 4x5x5 através de Nijinsky, The Minstrel e Storm Bird...

Obs. As teorias de "Superestruturação Familiar" e "Reaproximação Familiar" foram idealizadas por Marcelo Augusto da Silva. Como as consideramos conceitualmente corretas e com inúmeros exemplos incontestes, passamos a as considerar em nossos estudos de pedigree.

Acreditamos que com a inauguração próxima do Jockey Club de Minas Gerais, e sua pista de dirt em desenho norte-americano, a produção de garanhões como Gallian irá encontrar seu ambiente ideal.







quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Cruzamentos, Boussac e Tesio


Frederico Tesio.

Outbred ou inbred? Essa é a pergunta que muitos criadores se fazem antes de elaborar as suas cartas de  monta. Sabemos que ambos os métodos funcionam, mas, atualmente é fácil constatar pelo gargalo genético da raça que um elevado percentual dos vencedores Gr.1 - segundo alguns autores aproximadamente 70% - possuem inbreedings na proporção 4 x 4 ou menos. Mas, infelizmente, esse excesso de consanguinidade tem cobrado seu preço a raça, quanto a saúde e longevidade atlética de seus indivíduos. Se optarmos em seguir a linha inbred a verdadeira questão é: Para minha égua qual inbreeding poderia ser realmente favorável?

O estudo dos inbreedings pode ser classificado para o PSI em 3 categorias:

1 - Positivo, que são os cruzamentos provados em nível mais alto e com um percentual de sucesso maior que a média da raça. Northern Dancer seria aqui o exemplo.

2 - Neutro, aqueles inbreedings que não são percentualmente determinantes, mas, também não podem ser considerados como a serem evitados.

3 - Negativo, são as consanguinidades que devem ser evitadas em razão de percentualmente já terem se provados como ineficientes, quer quanto a desempenho, quer quanto a saúde do indivíduo. Um exemplo clássico de inbreeding negativo foi o praticado sobre Storm Cat, que nunca produziu nenhum vencedor de Gr.1. Storm Cat é um reconhecido transmissor de qualidade, mas também em transmitir problemas respiratórios, de anteriores e de caráter, a sua duplicação se mostrou uma péssima escolha na tentativa de se obter bons resultados. 

Consequentemente os inbreedings, tanto masculinos ou femininos, a se objetivar em um cruzamento, devem ser analisados sobre diversos parâmetros, para assim, procurarmos minimizar ao máximo as chances de erro. 

Outra vertente que pode ser considerada é a utilização de nicks, e assim, como os inbreedings podem ser divididos em Positivos, Neutros e Negativos. Um aspecto fundamental, também a ser observado, é o cuidado quanto a utilização de nicks clássicos em produzir elementos de sucesso, alguns comprovadamente reconhecidos como transmissores de problemas de saúde, quando praticados através da combinação de determinados mensageiros. Nasrullah x Princequillo é um nick clássico positivo para performance e saúde, já, Northern Dancer x Mr Prospector serve como duplo exemplo, o de tanto poder transmitir alta classe como também elevada possibilidade na transmissão de fragilidade em locomotores. No lado oposto temos Northern Dancer x Bold Ruler, um conhecido exemplo de nick negativo quanto a performance, mas positivo quanto a saúde.

Tanto para nicks como inbreedings entendemos como primeiro pilar, o estudo à luz da Tipologia Funcional no relacionado aos mensageiros envolvidos, pois no final o que vale é a combinação de características e não o antagonismo das mesmas ... 

Outro método muito utilizado e procurado por grande número de criadores é o cruzamento entre garanhões provenientes da mesma família materna próxima, e cuja eficácia tem sido comprovada ao longo dos anos. Podemos citar como exemplos passados Sadler's Wells x Nureyev (ambos fam. 5-h), Danehill x Machiavellian (ambos fam. 2-d), Mr Prospector x Seattle Slew (ambos 13-c), Nijinsky x The Minstrel (ambos fam. 8-f), ou vice-versa. 

Marcelo Augusto da Silva recentemente nos apresentou seu muito importante estudo nomeado "REAPROXIMAÇÃO FAMILIAR". Onde pode ser citado como exemplo bem elucidativo de um animal "superestruturado" em uma família materna o de Glória de Campeão, no caso a família 3.

O Outcross, na visão de grandes criadores do passado como Roberto Grimaldi Seabra e Francisco Eduardo de Paula Machado era um aspecto fundamental a ser perseguido para se obter indivíduos mais saudáveis pela influência da heterose. A busca da abertura de pedigrees em suas três primeiras gerações, sempre foi e continua a ser o norte do élevage Aga Khan, no passado com seus fundamentos baseados em Vuiller e hoje com influencias da TIPOLOGIA FUNCIONAL. Mas, sem nunca esquecer o lema de sua criação: "Velocidade, velocidade e mais velocidade."

Cruzamentos Fórmula 1 clássico (método que se baseia na duplicação do DNA mitocondrial, e o que cabe aqui é a potencialização dessa "usina de força" celular), inbreedings tipo RF, exploração de Pontos de força, utilização de cruzamentos TML (Tail-male linebreeding), X-Factor, reaproximação e/ou superestruturação familiar, acasalamentos entre semelhantes ou desemelhantes, quer sejam endógamos ou exógamos...  o universo no qual podemos divagar na busca do craque PSI não possui limite.



Marcel Boussac e S.A. Aga Khan IV.


O grande criador Marcel Boussac, era eclético em seus cruzamentos, ia desde uma rara endogamia estreita, Coronation (2 x 2 sobre Tourbillon) até cruzamentos 100% abertos como o nosso conhecido Pharas, ou muito abertos, como Coaraze, um 5 x 5 em St. Simon. Estudar as nuances e os tipos de cruzamentos Boussac é uma grande escola para quem gosta do tema, justamente por eles oferecerem ecletismo em pensamento. O pressuposto de que Boussac era um praticante contumaz de inbreedings fechados ou muito fechados, e que essa era uma rotina em Fresnay-le-Buffard é um equívoco, uma breve análise de seus ganhadores de elite assim o evidencia.

De forma geral, elevada consanguinidade como 2 x 2, 2 x 3 e 3 x 3, ou mesmo, os mais suaves 2 x 4, 2 x 5, 3 x 4 e 3 x 5 podem produzir um grande cavalo. Mas, a história do PSI nos leva a compreender que cruzamentos 4 x 4, 4 x 5 e 5 x 5 estão mais próximos do ideal. 

Tomando 4 chefs-de-race como exemplos, vemos que Seattle Slew é 4 x 4 em Nasrullah, Mr. Prospector é 4 x 5 em Teddy, Northern Dancer é 4 x 5 em Gainsborough e Nijinsky que é 5 x 5 em Phalaris e 5 x 5 em Selene.

O genial criador Frederico Tesio, observou em seus estudos que nenhuma linhagem masculina conseguia vencer o Derby de Epsom por mais de 3 gerações consecutivas e percebeu que existia um fluxo e refluxo de grandes linhas de garanhões, e as que se encontravam em hibernação também necessitavam ser exploradas.  Passando, por essa razão, a utilizar sistematicamente o linebreeding sobre essas linhas a partir da quarta geração e assim justificava:

 "...embora não possamos reduzir o número de ancestrais de um cavalo, podemos selecionar seus pais de uma forma onde um ancestral em particular irá ocupar mais de um lugar em seu pedigree, garantindo assim, uma grande probabilidade de que certas características desejadas sejam herdadas." 

Um exemplo da filosofia tesiana no encaminhamento de cruzamentos é Ribot, invicto em 16 carreiras, um vencedor de 2 Arcos do Triunfo e do King Georde VI and Queen Elizabeth. Ribot é um indivíduo outcrossed até a quinta geração e linebred sobre St. Simon em suas gerações 6, 7, 8 e 9 somados a outros linebreds distantes, como é possível ver em seu pedigree.






Tudo indica que provavelmente a maneira mais segura para incluir traços desejáveis seja o uso de múltiplos padrões de alinhamento, tendo como início a quarta geração e a partir dela. O que poderíamos chamar de um linebreeding "profundo", método adotado atualmente pelo élevage de S.A. Aga Khan IV.

Busquemos novamente no passado alguns exemplos além de Ribot:

- Nearco - 5 x 4 x 4 x 5 sobre St. Simon,
- Brigadier Gerard - 6 x 7 x 6 x 6 x 4 sobre Phalaris,
- Citation - 5 x 6 x 5 x 4 sobre St. Simon e
- Affirmed - 5 x 5 x 6 x 7 x 6 em Teddy.

Tesio era único em seu método, tendo formado seu plantel de matrizes a partir de éguas "fora do mercado", sem maior valor comercial por possuírem pedigrees considerados pela maioria dos criadores como "fora de moda". De forma geral essas éguas, como Varola escreveu em seu livro The Tesio Myth, mesmo quando corredoras sem maior expressão possuíam grandes ancestrais clássicos, pelo menos, entre as suas quarta e oitava geração. O seu fundamento básico era a concentração de sangue exponencial a partir da quarta geração, conseguindo assim, a possibilidade em se obter "bons" genes e trazendo importante heterose até a sua terceira geração.

Mas, de fato, toda essa busca pelo cavalo ideal se resume em uma passagem de Frederico Tesio:

"...o meu objetivo é errar no máximo sete a oito, em dez acasalamentos, já que meus concorrentes inevitavelmente erram nove, quando não os dez."

O nosso entendimento para o sucesso na criação do PSI, baseia-se na correta escolha dos ancestrais com os quais se pretende construir o grande vencedor, e acreditamos que tanto possa ser através de linhas abertas, como por endogamia leve ou estreita. Nos filiamos ao ecletismo de Marcel Boussac. Mas, na verdade, além da expertise, é o "feeling", como dizia Roberto Seabra, a alma da atividade. 


"A escolha correta é tarefa para os experts, para aqueles que conseguem ver onde a maioria não enxerga. Ou, para os artistas, como FREDERICO TESIO."
                                                                                                                                         Franco Varola


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domingo, 9 de setembro de 2018

Gober



Gober, fam. 4-d, castanho, SP, 2009, Yagli em Visa Max por Kenético, criação e propriedade do Stud Red Rafa, mostrou-se um corredor de muito boa qualidade, 14-6-1-1. Sagrou-se líder de sua geração em Cidade Jardim ao levantar o Derby Paulista, ainda aos 3 anos venceu o GP São Paulo. Em pistas enfrentou e derrotou animais de ótimo nível como Mojito, Cisne Branco, Invictus, Victory Is Ours, Poker Face, Vitória Olímpica, Concilium, Energia Eros e Atlas Mundi.

Seu pai Yagli se apresentou ao turfe nacional como uma excelente opção para aporte de stamina ao nosso estoque genético e deve ser considerado um garanhão de grande qualidade em nosso élevage. É pai de dois derby-winners, o comentado Gober (Derby paulista) e Time For Fun (Derby carioca), Bubbly Jane (GP Margarida Polak Lara - Taça de Prata, G1; GP Diana, G1), Grand I Ask (GP OSAF, G1), Jet (GP Pres. Da República, G1) e mais os grupos e/ou listeds Bagpipe, Royal Home, Kinightsbridge, Serial Winner, Joana Francesa, Olympic City, Tropical Mountaimn, etc. Como parelheiro está entre os garanhões importados com maior soma em prêmios levantada, US$ 1.702.121, correu dos 3 aos 7 anos vencendo 10 provas dos 1600 aos 2200 metros, todas na grama, onde destaca-se:

1.Gulfstream Park Breeder’s Cup H., G1, 2200 metros,
1.Manhattan Handicap, G1, 2200 metros, 
1.United Nations H., G1, 2200 metros,
1.Belmont Breeder’s Cup H, G2, 1800 metros, 
1.Dixie Stakes, G2, 1800 metros, 
1.Hialeah Turf Club H, G3, 1900 metros, 
1.Bernard Baruch H, G2, 1700 metros, 
2.Breeder’s Cup Turf, G1, 2400 metros, 
2.Hollywood Tuf Cup Stakes, G1, 2400 metros,
3.King Edward Breeder’s Cup H., G2, 1800 metros,
3.Woodford Reserve Turf Classic Stakes, G1, 1800 metros,
3.Turf Classic Stakes, G1, 1800 metros, 
3.Bougainvillea H, G3, 1800 metros, 



Seu avô materno Kenético foi um importante exemplar do turfe brasileiro em sua década, 1. GP São Paulo, G1; 3. GP Carlos Pellegrini, G1-ARG; 3. GP GP Associación Latinoamerica de Jockeys Clubs, G1; 3. GP J Adhemar de Almeida Prado – Taça de Prata, G1, etc. Apenas a presença de seu nome no pedigree de Gober inspira devido respeito, pois ele carrega o sangue de Earldom, da “reine de course” Donética e de Major’s Dilemma.
Kenético.

Donética.


Earldom.



Visa Max, sua mãe, é vencedora em Cidade Jardim. Possui 10 produtos registrados, 9 em corrida, 6 correram e 3 venceram, Gober é de longe seu melhor produto.
A sua segunda-mãe Over-Run foi boa corredora com 8 vitórias dos 3 aos 4 anos, 3. GP Edmundo Pires de Oliveira Dias – G3, 1400 m, 4. GP Jockey Club Brasileiro – G3, 1600 m, 5. GP 25 de Janeiro – G2, 2000 m e GP. Pres. Roberto Alves de Almeida – G3, 1600 m. Over-Run está se apresentando como uma mãe de ótima qualidade no turfe nacional, e tudo indica, que pelo número de jovens éguas se iniciando na reprodução descendentes de seu veio, estarmos vendo o surgimento de uma importante linha materna brasileira. Na esfera clássica além de seu neto Gober produziu:
a - Xiang-VI

2. GP José Paulino Nogueira, G3, 2400 metros,
2. GP Imprensa, G3, 2000 metros,
2. GP Pres. Sylvio Álvares Penteado, G3, 2000 metros,
3. GP José Guathemozin Nogueira, G1, 2400 metros,
3. GP Pres. Mário Ribeiro Galvão, G3, 1800 metros,
4. GP Zélia Gonzaga Peixoto de Castro, G1, 2400 metros,
4. GP OSAF, G1, 2000 metros,
4. GP Diana, G1, 2000 metros,
5. GP Pres. Antonio T. Assumpção Netto – G2, 1800 metros.
e mãe de:
- Generosidade (Uy)

1.GP OSAF, G1, 2000 metros,
1. San Luiz Stakes, EUA-G2,
2. San Juan Capistrano Stakes, EUA-G3,
2. GP José Paulino Nogueira, G2, 2400 metros,
2. GP Pres. Fabio da Silva Prado, G3, 1800 metros,
5. Prix Hubert Baguenault de Puchese, FR-L, 2400 metros.

b - Yin, mãe de:

- Gaga A (Uy)
1. Prix Fille de L’Air, FR-G3, 2100 metros,
1. Prix Luth Enchantée, FR-L, 2400 metros,
1. Possibly Perfect Handicap, EUA-L, 2400 metros,
2. GP Immensity, G1, 1600 metros,
2. GP Diana - SP, G1, 2000 metros,
2. San Marcos Stakes, EUA-G2, 2000 metros,
2. Prix de Flore, FR-G2, 2100 metros,
3. San Marcos Stakes, EUA-G2, 2000 metros,
3. GP Criadores, ARG-G1, 2000 metros,
3. Prix Fille de L’Air, FR-G3, 2100 metros,
3. Prix André Baboin, FR-G3, 2000 metros,
3. Arlington Handicap, EUA-G3, 1900 metros,
3. Modesty Handicap, EUA-G3, 1900 metros.

c- Bagpipe
1. GP Presidente Fabio da Silva Prado, G3, 2000 metros,
4. GP Henrique Possolo, G1, 1600 metros
4. GP OSAF, G1, 2000 metros.
e mãe de:
- Kapoor
5. GP Salgado Filho, G3, 1600 metros,
5. GP Hipódromo da Gávea, G3, 1000 metros.


Gober em sua vitória no GP Derby Paulista - 2012.



Gober em sua vitória no Grande Prêmio São Paulo - 2013.




                                                   Campanha

2 anos

7. Prêmio Albore, 1400 m, AP, Cidade Jardim,
4. Prêmio See By Back, 1500 m, AP, Cidade Jardim,
1. Prêmio Gallahad, 1500 m, GP, Cidade Jardim,

3 anos

3. Prêmio Delta do Park, 1500 m, GM, Cidade Jardim,
1. Prêmio Melhor Mesmo, 1600 m, GB, Cidade Jardim,
5. Grande Prêmio Ipiranga ***, G1, 1600 m, GM, Cidade Jardim,
3. Grande Prêmio Jockey Club de São Paulo ***, G1, 2000 m, GM, Cidade Jardim,
1. Grande Prêmio Derby Paulista ***, G1, 2400 metros, GP, Cidade Jardim,
5. Clássico Presidente Raphael A. Paes de Barros, L, 2400 metros, GP, Cidade Jardim,
1. Grande Prêmio Oswaldo Aranha, G2, 2400 m, GM, Cidade Jardim,
1. Grande Prêmio São Paulo, G1, 2400 m, GF, Cidade Jardim,

4 anos

16. Grande Prêmio Brasil, G1, 2400 m, GM, Gávea.

Argentina

1. Clasico Progresso, G2, 2400 m, GM, San Isidro,
2. Copa de Oro Alfredo Lalor, G1, 2400 m, GM, San Isidro.




Entendemos para Gober o mesmo pensamento que temos para com Time For Fun, também um filho de Yagli. O de que ambos oferecem um pedigree bastante aberto a vários sangues, mas, para eles, optaríamos por éguas filhas de garanhões de meia distância que tenham apresentado boa velocidade sobre linhagens possuidoras de maior brilhantismo. Sua primeira geração nasceu em 2016 e ainda não estreou nas pistas.







segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Danehill e o Inbreeding Fórmula 1


Danehill.


O conceito de compatibilidade é primordial em termos de cruzamentos, perseverar a adição de sangue compatível em um cruzamento PSI aumenta as chances de sucesso, seja por meio de repetições de endogamia ou por cruzamentos baseados em afinidades genéticas comprovadas. Em qualquer caso, o aspecto fundamental é não errar sobre o valor genético dos garanhões utilizados, evitando assim, a utilização dos conhecidos "eletricistas”.

A endogamia é um método comum na criação de animais domésticos, e desde as origens do puro-sangue ela é intensamente utilizada. Há muitas maneiras de ser praticada, mas, a teoricamente considerada como mais eficaz, é a chamada “Fórmula 1”, para usarmos o termo utilizado na criação norte-americana. Essa estrutura genética é dita por alguns estudiosos (e.g. Breeding by Design, Floyd Oliver), como particularmente vantajosa na produção de matrizes de qualidade. E sua pesquisa sugere que muitos cavalos de alta classe têm sido beneficiários da consangüinidade de linha feminina, seja diretamente em seu próprio pedigree ou através da linhagem de sua mãe.

Esse tipo de inbreeding consiste em duplicar uma das mães diretas da égua reprodutora, e é muito raro e difícil de ser realizado. O ponto máximo de um cruzamento Fórmula 1 é quando o pai e a mãe do indivíduo descenderem por linha materna de uma mesma matriarca superior ou uma “reine de course”.

Poucas éguas possuem através de sua família materna a presença de um garanhão em atividade, ou seja, um ancestral comum via maternal presente no pedigree de um garanhão ativo. Essa combinação genética baseia-se, na presença de indivíduos que compartilham DNA mitocondrial comum, com o efeito de otimizar a compatibilidade genética entre a reprodutora e o garanhão escolhido.

Por tal razão,  esse método, que acentua a eficácia de um cruzamento, é difícil de ser implementado, exceto quando se possui uma égua que pertença a uma “família de garanhões”. A hipótese para se compreender a possibilidade da alta taxa de sucesso dos raros produtos Fórmula 1 é simples: o DNA mitocondrial é conhecido por ter uma predominante influência no desempenho energético do indivíduo, seria um tipo de “usina de força” do organismo e quanto mais ele for comum a todos os ascendentes diretos de um cavalo, mais segura será a aposta de que ele concorrerá de forma positiva em sua performance.

O exemplo, hoje em dia, mais famoso de um cruzamento considerado, por muitos, como também em modo Fórmula 1, é o de Danehill, consangüíneo 3 x 3 na égua de elite Natalma. 



No Brasil o grande campeão milheiro Indaial, vencedor de inúmeros grandes prêmios na década de 70 era um Fórmula 1 em sua forma que julgamos correta para o termo, um 3 x 3 em Zula por vias maternas (duplicação mitocondrial direta). Na reprodução, em que pese sua ínfima produção, obteve excelentes índices percentuais. Sobre seus poucos produtos corridos em hipódromos oficiais, ele possui um percentual de 3,29% de vencedores e 16,56 % colocados em provas Black-Type. Imensa maior parte de sua produção foi direcionada para provas de cancha-reta, onde se destacou como um pai de muito boa qualidade, o que prejudicou seu aproveitamento em números stud book.



Indaial.



O exemplo mais atual de um cruzamento Fórmula 1 no Brasil em sua forma clássica, é o do excelente parelheiro Voando Sorrindo. Vencedor do GP Major Suckow - 2018, um 5 x 5 mitocondrial sobre a grande mãe RISOTA.

Voando Sorrindo.






Como pode ser observado no diagrama aptitudinal de Voando Sorrindo, ele confirma seu estudo genético, que evidencia sua predisposição para ser um velocista. Mas, aquele tipo de "sprinter" sem velocidade inicial de arranque. Em nossa opinião acreditamos que Voando Sorrindo chegue com pleno sucesso aos 1200 e 1400 metros, distâncias nas quais provavelmente se sentiria mais a vontade, já que não o consideramos um "sprinter-flyer". Lamentavelmente, o nosso calendário clássico contempla raríssimas provas de grupo para essas distâncias, ao contrário de centros mais evoluídos. 

A título de curiosidade o excepcional garanhão Danehill, acima citado, venceu o Haydock Sprint Cup, 1200 m, ING-G1; Cork and Orrery Stakes, 1200 m, ING-G3 em recorde 1:12,95 e o importante listed inglês Ladbrokes European Free Handicap em 1400 m. 


Esse tipo de inbreeding Fórmula 1 (duplicação mitocondrial) quando não é acompanhado de resultados convincentes em corridas, geralmente produz bons reprodutores.