Didimo, fam. 4-j,
castanho, 2008, RS, de criação do Stud Eternamente Rio e propriedade de Abrahão
Assam Filho é um descendente de Nedawi em Qualibet por Burooj. Trata-se de um cavalo
com físico equilibrado e elegante, sendo, também, dono de belíssima cabeça que
expressa a nobreza de sua linhagem. Possui, além, importante inbreeding 3 x 4 x 5 sobre Northern Dancer, através de Danzig, da campeã Northernette e da grande campeã e importante mãe
Dahlia.
Didimo na tarde do GP Brasil 2012.
Foto Márcio de Ávila Rodrigues.
Nedawi, seu pai,
apresentou muito boa campanha, 7-3-2-1, venceu o St. Leger Stakes, G1; Gordon
Stakes, G3; 2. King George VI and Queen Elizabeth Stakes, G2 e 3. Leith’s July Trophy, L. Notável garanhão
entre nós é pai de 49 individuais ganhadores em provas de grupo, sendo 16 em
G1, possuindo um índice de 6,21% que o coloca no principal patamar dos
reprodutores que já serviram no Brasil. Dentre seus filhos além de Didimo podemos citar, entre vários, alguns nomes: Very Nice Moon, GP Immensity, G1;
Generosidade, GP OSAF, G1; La Defense, GP Roberto e Nelson Seabra, G1; Right
Idea, GP Diana, G1 ; Desejo Infinito, GP Henrique de Toledo Lara, G1; Parapatibum,
GP Barão de Piracicaba, G1; Mr Nedawi, GP Paraná, G1; Fuco, GP Linneo de Paula
Machado, G1 e Core Business, GP Derby Paulista, G1.
Apesar de sua
principal vitória ter sido em uma prova de fundo, Nedawi se apresentou em
corrida como um indivíduo dono de forte “pointe de vitesse”, aquela capacidade
de aceleração final muito importante para credenciar um animal como possível
candidato ao sucesso na reprodução. Conseqüentemente, foi capaz de produzir uma
Ever Love que venceu nos 1400 metros do GP Presidente Guilherme Ellis, G3; Cruzada
Americana nos 1500 metros do GP João Cecílio Ferraz, G1; Quick As Ray nos 2000
metros do GP Diana, G1 e Faz de Conta nos 2400 metros do GP Zélia Peixoto de
Castro, G1, isso ficando apenas em exemplos femininos. Os filhos de Nedawi
venceram dos 1000 aos 3200 metros, tanto na pista de grama como na de areia, o que evidencia de forma clara a sua versatilidade como pai.
Há que se destacar que o melhor arenático brasileiro das últimas décadas Mr Nedawi também é seu filho, lamentavelmente esse cavalo encontra-se no pior inferno astral que se pode esperar dentro da criação nacional, pois além de ser brasileiro é um especialista na areia... Não é possível compreender como os haras do Uruguai ainda não "enxergaram" Mr Nedawi, um cavalo portador de régio pedigree, que certamente contribuiria com ótimo classicismo para a criação uruguaia. Afinal, vencer por duas vezes o Dardo Rocha e mais o Ramirez não é pouco feito.
Mr Nedawi
Há que se destacar que o melhor arenático brasileiro das últimas décadas Mr Nedawi também é seu filho, lamentavelmente esse cavalo encontra-se no pior inferno astral que se pode esperar dentro da criação nacional, pois além de ser brasileiro é um especialista na areia... Não é possível compreender como os haras do Uruguai ainda não "enxergaram" Mr Nedawi, um cavalo portador de régio pedigree, que certamente contribuiria com ótimo classicismo para a criação uruguaia. Afinal, vencer por duas vezes o Dardo Rocha e mais o Ramirez não é pouco feito.
Mr Nedawi
O lindo Nedawi.
Fotos Ninho do Albatroz.
Seu avô materno
Burooj, 21-7-5-4 na Inglaterra, teve em sua vitória no Bonusprint September Stakes, G3
em 1600 metros o seu melhor resultado, obteve um segundo no Pertemps Jockey
Club Stakes, 1800 m, G3 e um terceiro no Cumberland Lodge Stakes, 2400 m, G2.
Foi um reprodutor bastante útil, tendo produzido os vencedores de G1 Hot Six,
GP Associação Latinoamericana de Jockeys Clubs e Hipódromos; Coquetel, GP Derby
Paulista e GP J. Adhemar de Almeida Prado - Taça de Prata, Byzantium, GP Ipiranga; Detective,
GP Jockey Club de São Paulo, Dá-lhe Grison, GP Paraná e Baccarat, GP Paraná,
mais inúmeros G2 e G3. Burooj pertence a uma ramificação materna de bastante
sucesso, sua avó, Queen Sucreé, é mãe do Kentucky Derby winner Cannonade e dela
descendem inúmeros vencedores de grupo nos EUA.
Burooj.
Burooj.
Qualibet, sua
mãe, é uma vencedora de duas carreiras. Com 7 produtos em idade de corrida, 5
correram e todos venceram, ela se apresenta como uma mãe de muito bom mérito, pois além de Didimo produziu sua irmã inteira La Vie En Rose, 1. GP Duque de
Caxias, G2 e GP José Paulino Nogueira, G3, além de um excelente segundo lugar
no GP OSAF, G1 disputado em 2017. Sua outra filha, a exportada Emerald Fire
(Crimson Tide) obteve um 4. GP Roger Guedon, G3. A quarta-mãe de Qualibet, Northernette,
foi a “Champion filly” aos 2 e 3 anos no Canadá, com 13 vitórias dos 2 aos 4
anos, Selene Stakes, G1; Top Flight,
Handicap, G1; Apple Blossom Handicap, G2 e o Canadian Oaks, G3 foram suas principais
conquistas. Trata-se de uma irmã inteira de Storm Bird.
Didimo em sua
vitória no Grande Prêmio Brasil.
Campanha
2 anos
1. Prova Especial
Jayme Torres – C, 1400 m, GM, Cidade Jardim,
4. Prêmio Boker
Tov – 2008, 1600 M, GF, Cidade Jardim,
3 anos
6. Prêmio Umberto
Ottaviani, 1800 m, AP, Cidade Jardim,
1. Prêmio
Florenzo, 2000 metros, GM, Cidade Jardim,
2. Grande Prêmio
Oswaldo Aranha, G2, 2400 metros, GP, Cidade Jardim,
3. Grande Prêmio
São Paulo, G1, 2400 metros, GM, Cidade Jardim,
1. Grande Prêmio
ABCPCC - Matias Machline, G1, 2000 metros, GP, Cidade Jardim,
4 anos
1. Grande Prêmio
Brasil, G1, 2400 metros, GM, Gávea,
1. Prova Especial
Thignon Lafré, 2400 metros, GM, Cidade Jardim,
3. Gran Premio Internacional Carlos Pellegrini, G1,
2400 metros, GF, San Isidro – Argentina.
Didimo, a
princípio, teve no Grande Prêmio Brasil de 2012 a sua principal vitória, quando
derrotou parelheiros de muito boa qualidade em um dos campos mais equilibrados
dos últimos anos, podemos citar dentre eles os G1 Cisne Branco, GP Cruzeiro do Sul; Hunka
Hunka, GP Diana; Tônemaí, GP Francisco Eduardo de Paula Machado e Invictus, GP
São Paulo. Todavia, consideramos a sua terceira colocação no GP Internacional
Carlos Pellegrini 2012 como o seu mais importante feito. O peso é um aspecto de
suma importância em uma corrida de cavalos, e a tabela de pesos do GP Pellegrini
em questão observou uma diferença de 7 kg entre os 3 anos e os de 5 anos e mais,
uma criticável margem, que, em nosso entendimento, tornou o nível da competição
injusto para com os mais velhos. Os potros de 3 anos foram contemplados com 54
kg, os 4 anos carregaram 60 kg e os de 5 e mais idade levaram 61 kg.
Almirante Henry John Rous, quando nomeado handicapper público no Reino Unido, introduziu a escala de peso por idade (WFA). WFA é uma das condições para uma corrida, e significa que um cavalo terá um peso definido de acordo com a mencionada escala. Esse peso, segundo a ideia original, variava de acordo com a idade do cavalo, seu sexo, distância da corrida e mês do ano. O WFA é um método para se tentar igualar o progresso físico que um cavalo de corrida leva até a sua maturidade e a diferença entre sexos. Rous experimentou pesos até chegar a uma relação entre idade, sexo e maturidade, concluindo a premissa: “1 quilo equivale a 3 metros de diferença, em 2000 metros de
percurso sobre a grama macia.”
Como um cavalo tem aproximadamente 2.45 metros de comprimento equivale dizer que cada 1 quilo corresponde a aproximados 1.23 corpos de diferença, 2 quilos seriam iguais a 2.46 corpos, e assim sucessivamente. Ou seja, a diferença de peso entre Didimo com 60 kg e o vencedor da prova que carregou 56 kg, nos dá 12 metros ao ganhador, aproximados 4.9 corpos de vantagem. Going Somewhere, o vencedor carregou 56 kg (opção do treinador), o segundo colocado foi o potro argentino Indy Point (3. Breeder’s Cup Turf, USA, G1), que levou 54 kg e ficou a pescoço, Didimo com 60 kg ficou a um corpo de distância. Nos cabe uma reflexão sobre se a ultrapassada tabela de peso levada a termo nessa prova influenciou de forma negativa no resultado da mesma. No nosso entendimento a resposta é sim. Se pudermos compreender a figura de um “vencedor moral”, o vitorioso do GP Carlos Pellegrini 2012 foi Didimo.
Como um cavalo tem aproximadamente 2.45 metros de comprimento equivale dizer que cada 1 quilo corresponde a aproximados 1.23 corpos de diferença, 2 quilos seriam iguais a 2.46 corpos, e assim sucessivamente. Ou seja, a diferença de peso entre Didimo com 60 kg e o vencedor da prova que carregou 56 kg, nos dá 12 metros ao ganhador, aproximados 4.9 corpos de vantagem. Going Somewhere, o vencedor carregou 56 kg (opção do treinador), o segundo colocado foi o potro argentino Indy Point (3. Breeder’s Cup Turf, USA, G1), que levou 54 kg e ficou a pescoço, Didimo com 60 kg ficou a um corpo de distância. Nos cabe uma reflexão sobre se a ultrapassada tabela de peso levada a termo nessa prova influenciou de forma negativa no resultado da mesma. No nosso entendimento a resposta é sim. Se pudermos compreender a figura de um “vencedor moral”, o vitorioso do GP Carlos Pellegrini 2012 foi Didimo.
A primeira
geração de Didimo nasceu em 2014, possuindo 21 produtos registrados. Sendo 14
em idade de corrida, dos quais 7 correram e 3 venceram. A potranca Olympic
Harbor, de sua primeira geração, já se apresenta na esfera clássica com uma
boa quarta colocação no GP Prefeito Fábio da Silva Prado, G2 nos 2000 metros da grama de
Cidade Jardim. Acreditamos que Didimo tenha plena possibilidade de se tornar um digno herdeiro do sucesso de seu pai na reprodução, certamente ele é hoje uma das maiores esperanças da criação nacional. Cruzar Didimo com filhas de Forestry, Discreet Cat - linha masculina de Storm Cat é um luxo só. Tomara que algum criador brasileiro consiga enxergar o óbvio...