segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Voando Sorrindo




Foto Gerson Martins.


“NA NEBLINA DO COMBATE, O IMPORTANTE É SABER O QUE EXISTE DO OUTRO LADO DA COLINA.” Arthur Wellesley, 1st Duke of Wellington.

Do outro lado de Voando Sorrindo existe... RISOTA!


Voando Sorrindo, Fam. 9-e, castanho, RS, 2014, por Voando Baixo em Sorrisota por Choctaw Ridge, nasceu e foi criado no Haras Fronteira para a Coudelaria Pelotense, sendo propriedade do Stud Eternamente Rio.

VOANDO SORRINDO é daqueles animais que quando vemos o seu pedigree cabe exatamente a frase do amigo e grande conhecedor das coisas do PSI, Marcelo Augusto da Silva: “Que maravilha. Parabéns ao criador Coudelaria Pelotense.”

De fato, toda reverência ao staff da Coudelaria Pelotense, que idealizou esse cruzamento. Oswaldo Maciel é hoje um dos poucos criadores brasileiros que possuem uma visão muito própria sobre cruzamentos, assim como no passado os grandes criadores Ralph Strassburger, Haras de Monceau - que, através do desprezado corredor de obstáculos Wild Risk -  obteve Worden, Vimy, Le Fabuleux, Waldmeister, etc. E daí, originando Karabas, Effervescing, Vasco de Gama, Armistice, Busted, High Top, Bellypha, Julio Mariner, Bel Baraka, Grundy, Wollow, Val de L’Orne… A gravitação de Waldmeister no turfe brasileiro não necessita de maiores comentários, e Daniel Wildenstein, outro gênio da criação, também conhecido por seus cruzamentos atípicos, Arcangues, Sagace, Peintre Celebre, All Along, Pawneese, Madelia, Waya, Flying Water, Warfever, Steinlen, Valee Enchantee, etc.



Voando Sorrindo, C. Lavor up. Foto de Sylvio Rondinelli.


Vitória de Voando Sorrindo no GP Major Suckow, por desclassificação de Habile Bobby em doping.




Vitória de Voando Sorrindo no GP Adhemar e Roberto Gabizo de Faria.




                                                    Campanha

2 anos

4. Prêmio Araponga, 1100 m, AP, Gávea,

3 anos

1. Prêmio Alcides Morales, 1000 m, GP, Gávea,
4. Classico Sabinus, 1000 m, L, GL, Gávea,
1. Prêmio Itanhangá, 1000 m, GM, Gávea,
1. Prova Especial Criolan, 1000 m, GM, Gávea,
3. Classico Orsenigo, 1000 m, L, GP, Gávea,
2. Classico Jockey Club de São Paulo, 1000 m, L, GP, Gávea,
2. Grande Prêmio Hipódromo da Gávea, 1000 m, G3, GRP, Gávea,
1. Grande Prêmio Major Suckow, 1000 m, G1, GP, Gávea.

4 anos

5. Grande Prêmio Copa ABCPCC - Velocidade Mario Belmonte Moglia, 1000 m, G3, GP, Gávea,
1. Grande Prêmio Adhemar e Roberto Gabizo de Faria, 1000 m, G3, GP, Gávea,
2. Grande Prêmio Cordeiro da Graça, 1000 m, G2, GRP, Gávea,
4. Prova Especial Pico Central, 1000 m, GB, Gávea.
4. Classico Sabinus, 1000 m, L, GL, Gávea.
5. Prova Especial Criolan, 1000 m, GP, Gávea.
8. Clássico Orsenigo, 1000 m, L, GP, Gávea.

Ao analisarmos o pedigree de Voando Sorrindo, vemos que além de um 3 x 5 em Earldom e um 4 x 5 x 5 por Nashua, ele possui um 5 x 5 em linha ventral, sobre a mais importante mãe do turfe brasileiro, RISOTA ! 

Não podemos esquecer que Voando Sorrindo também carrega um 7 x 7 sobre Plucky Liege.



Risota com Rabat ao pé, em histórica foto de José Laudo de Camargo.

Risota é filha de Duna, uma Djebel em Souryva, essa simplesmente uma Gainsborough em neta da fundamental Zariba. Duna faz parte do patamar de sangue mais nobre que já adentrou em nosso turfe.

Risota produziu 5 ganhadores de grupo; 8 de seus netos, 12 de seus bisnetos, cinco tataranetos também o foram, e hoje é quinta mãe de um ganhador de grupo. Obs: Dados coletados de Renato Gameiro em seu Ninho do Albatroz.

Novamente, Renato Gameiro observa, que, de Risota entre filhos e descendentes, existem no turfe brasileiro em “Pattern Races” 30 indivíduos ganhadores de grupo, e destes, apenas 3 não possuem em seu pedigree a presença de Earldom!




Earldom no Haras Faxina.


Vale a pena ler na íntegra o estudo de Renato Gameiro sobre Risota, onde descreve a árvore genealógica de sua descendência:


A família materna de Risota é a 9, esse DNA mitocondrial já ofereceu, entre outros, ao turfe mundial Mumtaz Mahal, Nasrullah, Mahmoud, Petite Etoile, Shergar, Zarkava, Coaraze, Corrida, Kalamoun, Zainta, Mandesha, Zamindar, Pastorius, Tudor Minstrel, Alydar, Wicked Strong, Zarak, In the Wings, Sea the Stars, Chieftain, o grandíssimo craque brasileiro Emerson, a fundamental matriarca argentina Ante Diem com seus descendentes Enero e Mineral, mais 17 outros vencedores classicos nesse país, Allegretta - a mãe de Galileo... 



Voando Baixo.

Seu pai Voando Baixo era um milheiro típico que corria na frente com largos galões e possuia tremenda capacidade de aceleração, um belíssimo exemplar, poderoso, com cabeça nobre e expressiva. Obteve belos triunfos como o GP Presidente da República - SP e o GP Gervásio Seabra quando cravou novo recorde de 1:34.70 para os 1600 metros no Hipódromo da Gávea. Como garanhão além de Voando Sorrindo podemos destacar os seus filhos Barão da Cevada, 1. GP Major Suckow - G1; Imperialista, 1. Invasor Al Maktoum Challenge (UAE-G2), 2. GP Salgado Filho - G2 e 3. GP Costa Ferraz - G3, reprodutor na Índia e Normandia Xis, 2. GP Adhemar de Faria e Roberto Gabizo de Faria - G3.

Sua mãe Sorrisota é fruto do cruzamento Choctaw Ridge em filhas Shudanz, cruzamento esse, que, invariavelmente, gerava animais que largavam, tomavam a ponta e não temiam o confronto, ao contrário, queriam o confronto, perfil de como deve ser um cavalo de corrida. Choctaw Ridge, seu avô materno, apesar de ter sido um corredor modesto nos USA, 2 vitórias - Allowance em 1700m e Maiden em 1400m - mais 3. Flamingo S, G2, 1800m, grama e 3. Kentucky Jockey Club S, G2, 1700m, dirt, foi um reprodutor de padrão muito bom no Brasil, 7,26% vencedores Black Type, tendo produzido número significativo de ganhadores de grupo e transmitindo a seus filhos principalmente velocidade. Como avô materno pode ser considerado como dos mais importantes do turfe brasileiro, seus netos venceram inúmeras provas de grupo e dentre eles podemos destacar o tríplice-coroado Plenty of Kicks.

Sou um torcedor do Voando Sorrindo. A criação nacional está conseguindo uma tremenda conquista com o sugimento nesse momento de um possível garanhão pertencente a linhagem feminina de Risota. E ainda por cima com o privilégio de ser um Fórmula 1 clássico. Um luxo só!


Ariosto, 4-3-1-0, avô paterno de Voando Sorrindo, produziu 8,21% de vencedores Black Type. Índice notável se for considerado que grande parte da sua produção foi destinada as pencas e não constou dos registos oficiais do SBB. Como corredor foi o líder inconteste de sua geração dois anos na Argentina, venceu três carreiras no hipódromo de Palermo, uma eliminatória no quilômetro sobre o milheiro internacional Guston; o Classico Guillermo Kemmis (G2 - 1000 m) sobre Despistado e I'm Glad (recordista nos GPs Carlos Pellegrini e Nacional); e os 1100 m do importante Classico Santiago Luro (G1) sobre Angelfish e Guston. Ao iniciar sua campanha três anos foi segundo colocado nos 1400 m do Classico Old Man, G3, onde lesionou-se, sendo vendido a seguir como reprodutor para a família Soles, proprietária do Haras Campestre.




Ariosto.

Ariosto têm uma estrutura de pedigree irrepreensível, Dogaresa, sua quinta mãe, é considerada égua base da criação mundial e a sua mãe Domenica, possui Scapa Flow, Selene e Mah Mahal em seu pedigree. Good Manners, seu pai, além de ter sido muito bom parelheiro é um GIGANTE GENÉTICO ARGENTINO, apresentando em sua linhagem Nogara, Mumtaz Mahal e Plucky Liege. 




Good Manners.

http://www.americanclassicpedigrees.com/good-manners.html


Maior referência ao pedigree de Voando Sorrindo:

http://purosanguedecorrida.blogspot.com/2018/09/danehill-e-o-inbreeding-formula-1.html