Lord Marcos, 1997, fam. 3-j.
Essa postagem foge a forma como tratamos as nossas publicações, ela expõe um tema recorrente na criação nacional. Experts como Marcelo
Augusto da Silva e Renato Gameiro, também compartilham em seus escritos o mesmo pesar que sentimos pelo desprestigio com o qual a criação nacional trata o nosso bom cavalo de pistas quando segue para a reprodução. No caso aqui específico, a esse muito bom e consistente Lord Marcos. Em campanha ele se mostrou precoce, versátil e longevo, correu e venceu dos dois aos 6 anos tanto na areia como na grama, levantou provas entre os 1500 e os 2400 metros. Apresentamos abaixo em forma completa a sua extensa e muito boa campanha nas pistas, 33-11-9-2:
- 01 GRANDE PRÊMIO BRASIL, G1, Gávea, 2400, GM
- 01 GRANDE PRÊMIO DOUTOR FRONTIN, G2, Gávea, 2400, GP
- 01 GRANDE PRÊMIO ABCPCC - MATIAS MACHLINE, G1, Gávea, 2400, GM
- 01 GRANDE PRÊMIO DOUTOR FRONTIN - COMEMORATIVO, G2, Gávea, 2400, ALN
- 01 GRANDE PRÊMIO ALMIRANTE MARQUES DE TAMANDARE, G2, Gávea, 2400, GP
- 01 GRANDE PRÊMIO FREDERICO LUNDGREN, G3, Gávea, 2000, GM
- 01 GRANDE PRÊMIO PRESIDENTE ARTHUR DA COSTA E SILVA, G3, Gávea, 2000, GB
- 01 CLÁSSICO PRIMAVERA - TACA ERNANI GLOWER BASTOS, L, Gávea, 2400, GB
- 01 PRÊMIO ST.CLOUD, Gávea, 2000, GM
- 01 PRÊMIO HIPODROMO DE LA PLATA, Gávea, 1500, AP
- 01 PRÊMIO ARAMBAR, Gávea, 1600, GL
- 02 GRANDE PRÊMIO PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, G3, Gávea, 2200, AB
- 02 GRANDE PRÊMIO FREDERICO LUNDGREN, G3, Gávea, 2000, GL
- 02 PRÊMIO ARGUCIA, Gávea, 1600, GL
- 02 PRÊMIO MUCH BETTER, Gávea, 1600, AM
- 02 PRÊMIO AMAZON, Gávea, 1900, AP
- 02 PRÊMIO AFRICAN BOY, Gávea, 1400, AL
- 02 PRÊMIO TUCUNARE, Gávea, 2000, GB
- 02 PRÊMIO TINDER, Gávea, 1900, AB
- 02 PRÊMIO FIXADOR, Gávea, 1400, AB
- 03 PRÊMIO EL LAZADOR, Gávea, 1600, AP
- 03 GRANDE PRÊMIO TAÇA CIDADE MARAVILHOSA, G3, Gávea, 2400, GM
- 04 PRÊMIO ST.CLOUD, Gávea, 1400, GL
- 04 GRANDE PRÊMIO ALMIRANTE MARQUES DE TAMANDARE, G2, Gávea, 2400, GP
- 05 GRANDE PRÊMIO DEZESSEIS DE JULHO, G2, Gávea, 2400, GP
- 05 GRANDE PRÊMIO PRESIDENTE VARGAS, G2, Gávea, 2400, GP
- 06 GRANDE PRÊMIO PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, G3, Gávea, 2200, AP
- 08 GRANDE PRÊMIO NESTOR JOST, G3, Gávea, 1400, GL
- 08 CLÁSSICO ERNANI DE FREITAS, L, Gávea, 1600, GB
- 10 GRANDE PRÊMIO CRUZEIRO DO SUL, G1, Gávea, 2400, GB
- 10 GRANDE PRÊMIO COSTA FERRAZ, G3, Gávea, 1600, GB
- 13 GRANDE PRÊMIO DEZESSEIS DE JULHO, G2, Gávea, 2400, GB
- 14 GRANDE PRÊMIO BRASIL, G1, Gávea, 2400, GM
Lord Marcos em sua vitória no GP Brasil - 2003.
Lord Marcos em sua vitória no GP Pres Arthur da Costa e Silva.
Lord Marcos em sua vitória no Classico Primavera.
No
Brasil, infelizmente casos como o de Lord Marcos aconteceram e acontecem as centenas. O reprodutor nacional de forma sistemática é desprezado pelo nosso élevage, e sem
qualquer razão lógica. Concordo plenamente com Renato Gameiro quanto ele cita que essa
anomalia advém além do modismo a um total desconhecimento quanto as bases de
transmissão de classe no cavalo de puro sangue de corrida.
Os criadores brasileiros deveriam investir em nossos exemplares clássicos, pois, inúmeros de nossos vencedores desse padrão ratificam no exterior suas vitórias nesses mesmos tipos de provas, confirmando a sua boa qualidade: Siphon, Leroidesanimaux, Riboletta, Fluke, Redattore, Pico Central, Einstein, Sandpit, Hard Buck, Romarin... É necessário mais exemplos? Também volto a mesma tecla no relacionado a nossos bons cavalos que quando aproveitados na reprodução em outros centros também se apresentam como garanhões de muito boa grandeza, quando não líderes como Emerson foi na França, Tapuia no Uruguai, Hawk no Chile, Lohengrin no Peru e Jolly Joker na Venezuela. Recentemente podemos destacar Leroidesanimaux nos EUA, onde produziu um indivíduo com a qualidade de Animal Kingdom - Kentucky Derby e Dubai World Cup.
Já mais do que passou da hora, dos nossos haras, se libertarem da suposta necessidade de se importar "modernidade" seja lá do jeito que for, sem atentar para mínimos padrões técnicos no relacionado ao que está sendo importado. De forma geral, os garanhões que aqui são oferecidos para servir em definitivo, são exemplares de baixíssimo padrão de qualidade, ou mesmo, em muitos casos totalmente incompetentes como corredores. Esse tipo de cavalo de muito fraca performance encontra enorme dificuldade de colocação em outros centros turfísticos, mas, curiosamente possuem amplo mercado histórico entre os nossos criadores. Tal fato, torna a nossa criação motivo de chacota no cenário turfístico internacional quando conversamos com profissionais da atividade no exterior, ninguém com um mínimo de discernimento compreende o baixo nível, em sua forma geral, de nossas importações definitivas, a não ser os agentes vendedores... Na década de 50 Nearco era o rei no turfe mundial, e de Nearcos sofríveis, importados naqueles anos, o inferno da criação brasileira está lotado. O único que conseguiu alguma sustentação foi Fastener, importado ao pé de sua mãe, corredor de padrão handicap, e como garanhão, apenas auxiliar na seção de Botucatu do Haras São José & Expedictus, mas, que acabou se destacando como útil avô materno.
O exemplo a ser seguido é o da Austrália, ou seja, o de apurar a criação doméstica usando na reprodução cavalos nativos de grande mérito em pistas e pontualmente ir agregando importados de real qualidade. As recentes importações por criadores paranaenses de Forestry e Hat Trick, dos quais o élevage nacional pode aspirar importante aporte genético, são um raro alento quanto a classicismo. Existe o outro lado da moeda, que é o relacionado a importação de sprinters com foco prioritário nas canchas e não hipódromos, e no caso específico desse tipo de mercado, vemos as recentes importações de Sum of The Parts, Wired Bryan e Kentuckian, como corretas.
Lord Marcos, assim como seu pai Clackson foi um cavalo em pistas de porte atlético exemplar, era também duro de ser ultrapassado e possuía a mesma explosão de velocidade inicial, um cavalo com classe e brilhantismo. Quanto a seu pedigree, a sua estrutura genética é repleta de indivíduos que podem ser considerados como pontos de força em transmissão de classe, a única exceção é Judger. Mas, mesmo assim, Judger foi um competitivo animal de pistas.
Os criadores brasileiros deveriam investir em nossos exemplares clássicos, pois, inúmeros de nossos vencedores desse padrão ratificam no exterior suas vitórias nesses mesmos tipos de provas, confirmando a sua boa qualidade: Siphon, Leroidesanimaux, Riboletta, Fluke, Redattore, Pico Central, Einstein, Sandpit, Hard Buck, Romarin... É necessário mais exemplos? Também volto a mesma tecla no relacionado a nossos bons cavalos que quando aproveitados na reprodução em outros centros também se apresentam como garanhões de muito boa grandeza, quando não líderes como Emerson foi na França, Tapuia no Uruguai, Hawk no Chile, Lohengrin no Peru e Jolly Joker na Venezuela. Recentemente podemos destacar Leroidesanimaux nos EUA, onde produziu um indivíduo com a qualidade de Animal Kingdom - Kentucky Derby e Dubai World Cup.
Já mais do que passou da hora, dos nossos haras, se libertarem da suposta necessidade de se importar "modernidade" seja lá do jeito que for, sem atentar para mínimos padrões técnicos no relacionado ao que está sendo importado. De forma geral, os garanhões que aqui são oferecidos para servir em definitivo, são exemplares de baixíssimo padrão de qualidade, ou mesmo, em muitos casos totalmente incompetentes como corredores. Esse tipo de cavalo de muito fraca performance encontra enorme dificuldade de colocação em outros centros turfísticos, mas, curiosamente possuem amplo mercado histórico entre os nossos criadores. Tal fato, torna a nossa criação motivo de chacota no cenário turfístico internacional quando conversamos com profissionais da atividade no exterior, ninguém com um mínimo de discernimento compreende o baixo nível, em sua forma geral, de nossas importações definitivas, a não ser os agentes vendedores... Na década de 50 Nearco era o rei no turfe mundial, e de Nearcos sofríveis, importados naqueles anos, o inferno da criação brasileira está lotado. O único que conseguiu alguma sustentação foi Fastener, importado ao pé de sua mãe, corredor de padrão handicap, e como garanhão, apenas auxiliar na seção de Botucatu do Haras São José & Expedictus, mas, que acabou se destacando como útil avô materno.
O exemplo a ser seguido é o da Austrália, ou seja, o de apurar a criação doméstica usando na reprodução cavalos nativos de grande mérito em pistas e pontualmente ir agregando importados de real qualidade. As recentes importações por criadores paranaenses de Forestry e Hat Trick, dos quais o élevage nacional pode aspirar importante aporte genético, são um raro alento quanto a classicismo. Existe o outro lado da moeda, que é o relacionado a importação de sprinters com foco prioritário nas canchas e não hipódromos, e no caso específico desse tipo de mercado, vemos as recentes importações de Sum of The Parts, Wired Bryan e Kentuckian, como corretas.
Lord Marcos, assim como seu pai Clackson foi um cavalo em pistas de porte atlético exemplar, era também duro de ser ultrapassado e possuía a mesma explosão de velocidade inicial, um cavalo com classe e brilhantismo. Quanto a seu pedigree, a sua estrutura genética é repleta de indivíduos que podem ser considerados como pontos de força em transmissão de classe, a única exceção é Judger. Mas, mesmo assim, Judger foi um competitivo animal de pistas.
Clackson, é em nossa opinião, o melhor reprodutor moderno que já serviu no élevage brasileiro. Em termos totais ele é suplantado por Wild Event, Ghadeer e Roi
Normand, mas, se formos analisar as chances oferecidas a esses 4 garanhões,
quer em termos quantitativos, quer em qualitativos de éguas, nos parece evidente
qual dentre eles foi o melhor. Não podemos deixar de mencionar que I Say, pai de Clackson, foi terceiro colocado no fortíssimo Derby de Epsom vencido por Sea Bird com Meadow Court na segunda colocação e um vencedor da Coronation Cup, G1, 2400 m.
Apesar das discrepâncias entre as oportunidades oferecidas a Clackson e aos outros 3 grandes do turfe moderno, o fato é, que todos tiveram significativo apoio de importantes campos de criação. Salvo raríssimas exceções, é muito difícil que um garanhão, por melhor que tenha se portado como corredor, ao não obter apoio de vulto nos inícios de suas funções possa ter um resultado mais expressivo na reprodução. Consequentemente esses garanhões ficam recolhidos e são utilizados em campos de criação de menor porte, que mesmo que trabalhem de forma técnica correta não possuem número significativo de matrizes para oferecer uma carta de monta razoável, portanto as chances de sucesso se tornam mais restritas e eles acabam esquecidos para utilização em serviço externo. Infelizmente Lord Marcos não fugiu a essa lamentável regra.
Eventualmente pode ser considerada como fraca a contribuição de Lord Marcos na reprodução. Mas, fica a pergunta: Será
que a ele não seria necessário assim como foi para seu pai Clackson a
exploração de pontos de força? Existem garanhões que não necessitam dessa
potencialização, outros sim. Essas nuances é que tornam as decisões para
cruzamentos como algo onde, além da técnica, a sensibilidade nas escolhas pode vir a fazer toda diferença.
Não conseguimos observar nas mães da pequena produção de Lord Marcos éguas em quantidade expressiva que pudessem oferecer a ele pontos de força. Alguns exemplos de éguas que poderiam possibilitar maior chance de sucesso para Lord Marcos seriam filhas de Redattore, Public Purse e Confidential Talk, pois, todas potencializam ponto de força em Woodman, através da família comum a todos, a 1-x, ramo de LA TROIENNE.
Não conseguimos observar nas mães da pequena produção de Lord Marcos éguas em quantidade expressiva que pudessem oferecer a ele pontos de força. Alguns exemplos de éguas que poderiam possibilitar maior chance de sucesso para Lord Marcos seriam filhas de Redattore, Public Purse e Confidential Talk, pois, todas potencializam ponto de força em Woodman, através da família comum a todos, a 1-x, ramo de LA TROIENNE.
Servir matrizes que possibilitem superestruturação e/ou reaproximação familiar através de sua própria família materna 3 é uma hipótese para Lord Marcos que deve ser considerada, assim como, procurar trazer ou mesmo potencializar a presença do sangue de Northern Dancer (fam. 2), Mr Prospector (fam. 13) e Buckpasser (fam.1) através de inbreedings.
Podemos nos perguntar: Os métodos citados são fórmulas mágicas para o sucesso? Evidentemente que não, mas, o raciocínio de Lord Marcos padrear éguas que possibilitem reaproximação com a sua própria família e com as famílias 1, 2 e 13, que são estatisticamente, quanto a sucesso, das mais compatíveis com a sua (fam. 3), não deve ser algo que seja descartado.
Podemos nos perguntar: Os métodos citados são fórmulas mágicas para o sucesso? Evidentemente que não, mas, o raciocínio de Lord Marcos padrear éguas que possibilitem reaproximação com a sua própria família e com as famílias 1, 2 e 13, que são estatisticamente, quanto a sucesso, das mais compatíveis com a sua (fam. 3), não deve ser algo que seja descartado.
Woodman.
Recentemente
Marcelo Augusto da Silva ofereceu, dois exemplos pertinentes à luz da teoria
de reaproximação familiar e cujo raciocínio serve perfeitamente para Lord Marcos, os de Catholic Boy e Rushing Fall:
“Semana passada
destaquei como obra de arte o pedigree da potranca Rushing Fall, uma More Than
Ready, pois bem, hoje outro descendente desse extraordinário garanhão levantou
o The Travers Stakes G1, CATHOLIC BOY, que tem as mesmas duplicações de sua irmã
paterna Rushing Fall. Com duplicações em elementos descendentes de famílias
fórmula 1, como Northern Dancer (2-d), Mr. Prospector (13-c) e Buckpasser
(1-x), Catholic Boy demonstrou não ter preferência de raia, já são 9 saídas
transformadas em 6 vitórias, com somas ganhas de mais de 1,8 milhões de dólares.
No Brasil perdemos um garanhão que tinha uma estrutura similar a de More Than Ready, na família 1-x, o PUBLIC PURSE, sua descendência não pode ser desprezada e combinada com duplicações semelhantes as de Catholic Boy e Rushing Fall, o sucesso é factível.”
No Brasil perdemos um garanhão que tinha uma estrutura similar a de More Than Ready, na família 1-x, o PUBLIC PURSE, sua descendência não pode ser desprezada e combinada com duplicações semelhantes as de Catholic Boy e Rushing Fall, o sucesso é factível.”
“O pedigree da semana é da ganhadora na última tarde de sabado (18), em Saratoga, da The Lake Placid Stakes, G2, RUSHING FALL, subfamília 16-h, que tem um cartel de 5 vitorias em 6 saidas, com destaque para a Breeders Cup Juvenile Fillies Turf, G1, somando até o presente momento mais de 1 milhão de dolares em premios. Vejam no quadro abaixo a construção de um pedigree estruturado em 3 familias maternas consideradas formula 1, que são elas: 1-x via La Troienne (Intriguing, Busanda e Belle of Troy); 2-d via Almahmoud (Natalma e Cosmah) e 13-c, via Myrthewood (Miss Dogwood/Sequence).
Observem no pedigree abaixo a estrutura do pedigree do pai da nossa personagem, More Than Ready: seu pai Southern Halo, tem pai (Halo) e avô materno (Northern Dancer) integrantes da subfamília 2-d, respectivamente, via Cosmah e Natalma. A mãe de More Than Ready, Woodman's Girl, pertence a subfamilia 1-x, via Belle of Troy e seu pai, Woodman, é outro elemento da subfamília 1-x, via Intriguing.
A mãe da Rushing Fall, Autumnal pertence a subfamília 16-h, entretanto, tem um um pedigree estruturado na subfamília 13-c, através de seu pai, o nosso conhecido Forestry e de seu avô materno, Mr. Prospector.
Finalizando, reparem que suas duplicações até a 5ª geração se deram através de notáveis chefes de raça das subfamílias 1-x, 2-d e 13-c, respectivamente, Buckpasser, Northern Dancer e Mr. Prospector. É simplesmente uma obra de arte.”
Como adendo apresentamos os melhores feitos da curta campanha do Quality Chef Woodman, Irish Champion 2-year-old male (1985), com 3 vitórias aos 2 anos, 5-3-0-1:
- 01 BALLSBRIDGE –TATTERSALLS ANGLESELEY STAKES, IRE- G3, 1900,
- 01 FERRANS FUTURITY, IRE-G3, 2400,
Muito provavelmente Lord Marcos seja hoje o único garanhão disponível no turfe mundial a descender da linhagem masculina de Nearco por via diversa a de Nearctic.
