domingo, 29 de maio de 2022

Tokyo Yushum 2022 - O Derby japonês




Do Deuceacaba de levantar com autoridade o Tokyo Yushum - Derby japonês, em um campo considerado dos mais fortes dos últimos anos.  Ele é um filho de Heart's Cry (Sunday Silence). 

Nas demais colocações temos:

2º Equinox (Kitasan Black - Black Tide - Sunday Silence),

3º Ask Victor More (Deep Impact - Sunday Silence),

4º Danon Beluga (Heart's Cry - Sunday Silence) e

5º Pradaria (Deep Impact - Sunday Silence).



Do Deuce, mostrou um pouco do seu talento inicial ao vencer o Asahi Futurity Stakes, 1600m, Gr.1 no final de 2021. Em abril agora, no Satsuki Sho - 2000 Guinéus japonês, 2000m, Gr.1 teve que se contentar com uma terceira colocação após um percurso não muito favorável. Seu treinador Yasuo Tomomichi disse: "Sempre seria difícil para ele vencer no Satsuki Sho, correndo pela retaguarda, mas ele ainda fez uma corrida forte e deu o seu melhor. Do Deuce se recuperou muito mais rápido dessa corrida do que depois do Yayo Sho, 2000m, Gr.2 e voltou aos trabalhos treinando muito bem."


                       

Heart's Cry.



A linhagem masculina de Sunday Silence reconhecidamente produz animais considerados feios. Mas é impossível, apesar dessa linha masculina produzir "cavalinhos", não reconhecer a sua dominância na criação mundial. Após o sucesso no ocidente dos "estrangeiros" SAXON WARRIOR (2000 Guineas), SNOWFALL (Epson Oaks e Cartier European Champion 3 years-old-filly), STUDY OF MAN (Prix du Jockey Club - Derby francês), FANCY BLUE (Prix de Diane) e SEPTEMBER (Chesham S) todos filhos de Deep Impact. A criação japonesa resolveu colocar as suas garras de fora no exterior com animais de seu primeiro time e dominou  em diversas distâncias e tipos de superfície na Breeder's Cup (EUA) e nas milionárias Copas dIsputadas na Arábia Saudita e no Dubai. Apenas um vencedor japonês em todas as provas dessas competições, Panthalassa, não pertence a linhagem de Sunday Silence.

Também não podemos esquecer do excelente cavalo japonês YOSHIDA, U$ 2,505,770 e vencedor nos EUA dos Turf Classic Stakes e Woodward Stakes, ambos Gr.1 em 1800m na grama. Yoshida também é filho de Heart's Cry.


Yoshida.



Recentemente foi oferecido a um haras brasileiro por preço bastante razoável o garanhão EXTRA END, um filho de DEEP IMPACT, com premiação equivalente em dólares a 1,938,600. Infelizmente foi recusado. Acreditamos por não responder ao padrão de cavalo norte-americano, lamentavelmente tão arraigado na criação brasileira e consequentemente ser considerado um "cavalinho". Como se cavalo de corrida fosse cavalo de exposição.

Não podemos esquecer que AGNES GOLD, garanhão de tremendo sucesso no Brasil, também era um "cavalinho" em seu tipo físico e que em campanha pesava a média de 461 quilos. Agnes Gold corresponde exatamente ao perfil da maioria dos melhores descendentes de Sunday Silence... "cavalinhos" em tipo e "tigres" nas corridas!


                       

Agnes Gold.


Extra End venceu nos 1600, 1800 e 2400 metros. Principais resultados:

3 anos

3º Kyoto Shimbun Hai, 2200 metros, Gr.2,

4 anos

3º Nikkei Shimbun Hai, 2400 metros, Gr.2, 
 
5 anos

 Sports Nippon Sho Kyoto Kimpai,1600 metros, Gr.3,
2º Tokyo Shimbun Hai, 1600 metros, Gr.3,
3º Yomiuri Milers Cup, 1600 metros, Gr.2, 

6 anos

2º Sports Nippon Sho Kyoto Kimpai,1600 metros, Gr.3
2º Keisei Hai Autumn, 1600 metros, Gr.3 e
3º Kokura Kinei, 1600 metros, Gr.3. 


Sua mãe CARLING teve a seguinte campanha: 1º Prix de Diane (Fr-Gr.1), 1º Prix Vermeille (Fr-Gr.1), 1º Prix de Reservoirs (Fr-Gr.3), 2º Poule d'Essai des Pouliches (Fr-Gr.1), 2º Prix d'Harcourt (Fr-Gr.2), 2º La Coupe de Maisons-Laffitte (Fr-Gr.3), 3º E.P. Taylor Stakes (Can-Gr.2) e 3º Prix de La Grotte (Fr-Gr.3).

Carling além de Extra End produziu na esfera clássica ao ótimo LOHENGRIN, principais resultados: 1º Nakayana Kinem (Gr.2) 2x, 1º Yomiuri Milers Cup (Gr.2) 2x, 2º Prix du Moulin de Longchamp (Fr-Gr.1), 2º Yomiuri Milers Cup (Gr.2), 2º Mainichi Okan (Gr.2), 2º Tokyo Shimbun Hai (Gr.3), 3º Takarazuka Kinem (Gr.1), 3º Hong Kong Mile (Gr.1), 3º Yazuda Kinem (Gr.1), 3º Mainichi Okan (Gr.2), 3º Sapporo Kinen (Gr.3) e 3º Nakayama Kinem (Gr.3). 

Lohengrin foi um garanhão bastante útil, com 63.3% de filhos vencedores e mais de U$ 24.000.000 em premiação.

O pai de Carling, GARDE ROYALE, 11-3-2-2, foi um cavalo de bom padrão: 1º Prix Jean de Chaudenay, 2400m, Fr-Gr.2, 1º La Coupe, 2000m, Fr-Gr.2, 2º Grand Prix de Evry, 2400m, Fr-Gr.2 e 3º Prix d'Harcourt, 2000m, Fr-Gr.3.



Garde Royale.


Infelizmente a criação francesa atravessava na década de 90 situação próxima a atual brasileira, total desprezo aos bons cavalos nacionais e importação de animais norte-americanos de questionáveis qualidades para garanhões. Fato esse que derrubou a categoria dos animais franceses, só a partir de meados dos anos 2000 a classe conseguiu se soerguer com a introdução do sangue de garanhões ingleses e irlandeses.

Consequentemente Garde Royale foi muito pouco prestigiado, inclusive indo servir no Haras Nationaux, órgão público responsável pela criação de equinos na França, para tentar preservar sua linhagem.


Extra End é um cavalo que pertence ao conglomerado Shadai e como garanhão não é utilizado por não atender ao grau de excelência exigido pela criação japonesa. Tendo produzido até o momento apenas 5 produtos em campanha e dentre eles encontra-se Matsurida Steal, com 4 vitórias em stakes, mais um segundo e um terceiro lugar nesse tipo de prova.



Extra End (peso médio em campanha 472 quilos).



Obs. Extra End encontra-se disponível para venda. Interessados contatar prosperpedigree@gmail.com








sábado, 21 de maio de 2022

Os regimes de freio e bridão

 




Apesar do regime de freio ter sido equivocadamente extinto em nosso turfe, transcrevo excepcional artigo do passado, capturado da internet, escrito por Clackson, a quem só conheço pelo pseudônimo.


" Uma defesa solitária do regime de freio "

Por Clackson


Com a reduzida participação do freio Geraldo Assis, nos programas de Cidade Jardim, esse agonizante porém imortal regime de montaria está chegando ao fim e com ele toda uma lendária existência no turfe sul americano.

Em retrospecto, a Lei do Turfe, promulgada na década de 70, dentre outras coisas determinou que somente o regime de bridão seria utilizado nas escolas de preparação de jockeys, pois o argumento foi que , tanto na Europa quanto nos Estados Unidos este era o regime utilizado, e sendo o freio usado somente em três países : Brasil, Argentina e Uruguai, seria portanto um caminho natural a exclusão do freio em favor do bridão.

O curioso é que se a intenção era importar padrões " para dentro da raia" , deveriam ter se baseado na importação de padrões "fora da raia", ou seja, a forma competente com que o turfe é administrado tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, mas não, optou-se por padronizar a embocadura do animal !!!

O jovem turfista que lê este artigo, e não viu entre outros, Jorge Garcia, Antonio Bolino, João Manoel Amorim, Gonçalino Feijó de Almeida, Adail Oliveira em ação , deve estar se perguntando: - O que tem haver a embocadura com o animal? A resposta é : Tudo !!.

Antes cabe aqui uma explicação técnica sobre a diferença entre um regime e outro. O freio é composto por duas hastes, que interligam-se de forma articulada ( não necessariamente) , internamente na boca do animal, sendo que essas hastes possuem duas argolas, uma presa à cabeçada, e a outra presa a rédea, porém aí reside a diferença fundamental do regime: nessa argola é fixada a barbela, que nada mais é do que uma correntinha que passa por debaixo da mandíbula inferior do animal, e que presa a outra argola, permite que, quando acionada a rédea, ocorra um efeito de alavanca na mandíbula , produzindo um movimento de descida da cabeça do cavalo.

Percebe-se aí que no freio um simples movimento nas rédeas com uma das mãos, é possível ter o controle do animal. Já o bridão compõem-se das duas hastes também interligadas em forma articulada ( necessariamente), porém com uma única argola, que presa simultaneamente na cabeçada e na rédea, produz um movimento de ascensão da cabeça do animal, pois o bridão age na mandíbula superior do cavalo, e obrigatoriamente , há necessidade do uso das duas mãos para conduzir o animal.

Há de se ressaltar que no bridão o jockey encontra mais apoio ao conduzir o animal, em comparação com o freio, além do que o bridão permite que o piloto possa estribar mais curto.

No freio, um jockey mais alto não encontra dificuldades em montar pois pode usar estribos mais compridos. A embocadura tipo bridão teve origem na Inglaterra, e foi irradiada desta para a Europa e para suas colônias ( Estados Unidos inclusive ), ao passo que o freio vem da colonização portuguesa e espanhola, cuja influência moura é muito grande, sendo que o freio clássico inclusive é conhecido como o " freio marroquino".

Uma vantagem do freio é que essa embocadura amansa o animal durante o percurso, ao passo que para animais voluntariosos, devido a sua característica, o bridão pode embravecer o cavalo, e animal embravecido durante uma corrida é tudo que o turfista não quer ver, nem tampouco o jockey e treinador.

Já perdi a conta de páreos onde o jockey ficou " brigando" com o cavalo durante o percurso, tentando amansa-lo e o resultado era sempre o mesmo: Derrota.

A exclusão do regime de freio, infelizmente limitou aos treinadores a opção de dar a montaria de cavalos baldosos e voluntariosos à um jockey de freio, restando apenas a opção ditatorial do bridão, com todas as consequências mencionadas acima.

Uma pergunta natural que o leitor deve estar fazendo é: Se o freio amansa um cavalo voluntarioso, como fazem os jockeys americanos e europeus que usam só o bridão?

A resposta à essa pergunta leva a um tema polêmico, que no meu modo de ver, é a base do erro da eliminação do freio no turfe sul americano. Trata-se da maneira de conduzir um animal.

O jockey brasileiro monta fundamentalmente diferente do jockey americano e europeu, pois o conceito de percurso e tocada, que forma a base de nossos jockeys, é totalmente ignorada pela " jockaiada " acima do Equador.

Explica-se: O jockey americano já larga forte com um animal e forte ficará o train ao longo da corrida, até a chegada do disco. É praticamente impossível se ver uma atropelada, digna desse nome, como por exemplo de um Ojantele ou o Bowling, além do que a tocada desses jockeys deixam um pouco a desejar. Já o jockey europeu além de largar forte, e gastar o chicote, estriba como se estivesse em um skate, e toca um cavalo como se estivesse lavando roupa em um tanque, sendo que deveria ser proibida a exibição de páreos europeus para nossos aprendizes, por risco de contaminação !!!

O jockey sul americano ( bridão e freio ) já tem uma outra a escola, que é a escola do percurso, ou seja, largar calmamente de modo a ganhar preciosas posições ao longo da distância, dentro da característica do animal, e no momento oportuno avançar de forma a obter o máximo rendimento do animal. Os bridões Jorge Ricardo, Gabriel Menezes, Juvenal Machado da Silva, Albenzio Barroso, Nelito Cunha, e os freios Antonio Bolino e Jorge Garcia ilustram a descrição acima.

Deduz-se então que se é necessário conduzir o cavalo de forma paulatina ao longo do percurso, mais claro fica ainda que o controle do animal deve ser total, e é aí que entra o freio com sua preciosa propriedade de amansar um animal voluntarioso, que faz com que este jockey obtenha a máxima performance deste cavalo.

É claro que não se tratando desse tipo de animal , tanto o bridão quanto o freio sul americano vão conduzir o animal dentro de suas características, mas bem longe da forma " gasolina americana " e " skatista europeu " !!

Certa vez questionado sobre a vantagem de um regime em comparação ao outro, um famoso bridão paulista, do passado, afirmou que a embocadura não influenciava em nada, pois segundo ele, o cavalo corre com as pernas e não com a boca.

É no mínimo curiosa essa afirmação, pois o elo de ligação entre um piloto e seu cavalo é exatamente o contato com a boca do animal, portanto com as maiores das boas intenções, mãos inábeis podem comprometer a performance do cavalo, quando não condena-lo à derrota. Curiosidade estatística: O Derby Paulista no período entre 1960 à 1970, teve nada menos que oito jockeys de freio como vencedores. É claro que não se trata de uma simples coincidência !! 

Resta agora somente essa defesa solitária de um regime que imortalizou jockeys, como a lenda Irineo Leguisamo o " Freios dos Freios ", que teve inclusive uma música de Carlos Gardel em sua homenagem: " Por una cabeza". No Brasil , uma justa homenagem ao seu mais famoso freio, Luiz Rigoni, cujo dístico, " O homem do violino" é a mais perfeita tradução do regime, visto que a posição do chicote entre as orelhas do animal, e a forma com que segurava a rédea ( clássica no freio) produzia a imediata associação de um músico com seu violino.

Luiz Rigoni foi um músico do turfe !!!

O freio chega ao fim de sua existência física, mas entra para a História e para a imortalidade da lembrança dos turfistas que viram Dendico Garcia, Pierre Vaz, Antonio Bolino, Jorge Garcia, João Manoel Amorim, José Alves, Geraldo Assis,Virgílio Pinheiro Filho, Gonçalino Feijó de Almeida, Adail Oliveira, José Queiroz, Jorge Escobar,  Antonio Ricardo, Edson Ferreira, Paulo Alves, Eli Machado Bueno, José Azevedo, Juarez Goulart Dutra, Cláudio Moraes Costa, Loacir Cavalheiro, Adonir Freitas Correa, José Fagundes, Ermelino Sampaio e tantos outros mestres que ajudaram a escrever as mais belas páginas do turfe brasileiro e sul americano.

Este artigo iniciou com o título "Uma defesa solitária do regime de freio " , porém caso o leitor queira a expressar sua opinião sobre o polêmico tema, fica convidado a fazê-lo utlizando para isso o " Livro de Visitas", que consta na homepage do site Turfebrasil.

Finalizando e para que fique para sempre na memória do turfista a beleza e estética de um jockey montando no freio, a foto abaixo é uma chegada histórica entre dois cavalos excepcionais, Zenabre e Itamaraty, montados por dois gigantes das rédeas do passado: os freios paulistas Dendico Garcia e José Alves.

Essa foto também é uma homenagem ao ex-jockey e jornalista Eduardo Garcia Filho, que por muito tempo escreveu artigos técnicos nas principais revistas de turfe, sempre em defesa do regime de freio.



Obs: 

1 - Atualmente na Europa a França limitou em 5 o número de chicotadas e a Inglaterra para 7 em todo percurso. Irlanda, Alemanha, assim como Estados Unidos, Japão e Austrália, os outros países do primeiro mundo do turfe, não se manifestaram quanto a essa questão.




quarta-feira, 18 de maio de 2022

Highland Chief e a criação brasileira




Highland Chief é um cavalo de 5 anos de idade que na Europa é considerado cavalo de terceiro patamar dentro da esfera clássica, pois não conseguiu nenhuma vitória ou colocação em provas de grupo 1. Seus principais resultados foram 2º Great Voltigeur S. (GB-G2,2400m), 2º Gordon S. (GB-G3,2400m) e 3º Cumberland Lodge S. (GB-G3,2400m).

Levado aos Estados Unidos acaba de vencer o Man O'War Stakes, 2.200 metros na grama de Belmont, uma das mais importantes provas de G1 do calendário clássico norte-americano. 

Do campo dessa prova fez parte Gufo (EUA), $ 1,490,000, considerado um dos melhores gramáticos em atividade nos EUA, vencedor do Sword Dancer S. (G1,2400m),  Belmont Derby Invitational S. (G1,2400m), Pan American S. (G2,2400m) e o Kent S. (G3,1800m [recorde]). 

Yibir (GB) igualmente participou do Man O'War Stakes, ele é um castrado também pertencente a terceira turma europeia e foi eleito em 2021 o Eclipse Champion Turf Male nos Estados Unidos por suas vitórias na Breeder's Cup Turf (G1,2400m) e Jockey Club Derby Invitational S. (2400m). Na Europa seu principal resultado foi um 2º no esvaziado Great Voltigeur S. (GB-G2,2400m).

Percebe-se um movimento de proprietários norte-americanos nos leilões europeus atrás de potros de Book 2. Esses animais invariavelmente participam com sucesso das provas gramáticas dos EUA, apresentando ótimo retorno do capital. 

Podemos citar como exemplo o Klaravich Stables e alguns de seus animais, com valor de compra e premiação:

1 - Domestic Spending, 2017, ($ 412,030 e $ 1,432,100), vencedor de G1 e G2,

2 - Digital Age, 2016, ($ 451,781 e $ 1,263,460), vencedor de G1 e G2,

3 - Newspaperofrecord, 2016, ($ 278,019 e $ 1,137,250), vencedora de G1, G2 e G3,

4 - Public Sector, 2018, ($ 217,822 e $ 992,600), vencedor de G2 e G3. *

* Public Sector é uma excelente opção futura para a criação brasileira e se mantiver o atual  patamar intermediário provavelmente terá preço de venda muito razoável. Olho! 



A vitória de Highland Chief, além das performances locais do também mediano Yibir e os poucos exemplos acima expostos mostram que a genética europeia sobra nos EUA nas provas de grama quando se trata da milha para cima.


Abaixo o pedigree de Highland Chief para análise e reflexão dos interessados:




A mudança de perfil dos garanhões na criação brasileira deve ser levado em consideração, principalmente se houver um planejamento para os nossos haras atender futuramente o nicho gramático acima exposto.

Acreditamos, dentro desse perfil, ser muito mais fácil a venda de inéditos para os EUA que sejam filhos de garanhões europeus, mesmo que pertençam ao pelotão intermediário. 

Qual investidor dos EUA se interessaria em adquirir no Brasil um inédito filho de algum garanhão norte-americano em serviço na criação nacional? Evidentemente nenhum, pois nos EUA existem muitíssimos animais com a mesma genética e infinitamente superiores aos que hoje servem em nossos haras.

Acreditamos que no nicho grama, filhos inéditos de Sangarius (Kingman), Outstrip (Exceed And Excel), Salto (Pivotal), Agnes Gold e Hat Trick (Sunday Silence) podem abrir com sucesso esse perfil de mercado norte-americano. E futuramente os garanhões nacionais possam vir a participar desse bolo.

Obs. Jolie Olímpica e Janelle Monae já estão mostrando Agnes Gold e a criação brasileira aos EUA e na grama...

Um marketing alavancador de nossa criação seria a ABCPCC formar, fomentar e participar de um grupo de investidores para levar uma potrada inédita escolhida a dedo desses garanhões para os EUA (éguas mães de gabarito a nossa criação possui) e os entregar a um treinador de ponta, uma ótima opção seria o brasileiro Paulo Henrique Lobo.

Poderiam correr com a farda levando as cores canarinho, aos moldes de nossa seleção de futebol...


      


Desse arranque inicial acreditamos que seja possível a criação brasileira voltar aos trilhos e retomar a importação de mais genética gramática de ponta através de filhos de Dubawi, Deep Impact, Frankel, Sea The Stars, Shamardal, Lope de Vega, Wootton Bassett, Dark Angel, Invincible Spirit, King Kamehameha, Ifraaj, Siyouni, Bated Breath, Lord Kanaloa, Duramente, Heart's Cry... mais um Kingman.


O que está faltando é uma blitzkrieg da criação brasileira nos EUA e seu comandante deve ser a ABCPCC.





















sexta-feira, 13 de maio de 2022

Emirates Poules d'Essai 2022

 



O Emirates Poules d'Essai des Poulains et des Pouliches que será disputado em 15/05, marca o início da temporada de alto classicismo na França. Estes dois Grupos 1 estão reservados à elite dos puros-sangues de 3 anos e destinam-se a designar o melhor elemento de uma geração, aquele que poderá então melhorar a raça puro-sangue transmitindo os seus preciosos genes aos seus descendentes. Os Emirates Poules d'Essai são disputados em 1.600m: os outros principais eventos clássicos do programa francês para 3 anos, o Qatar Prix du Jockey Club e o Prix de Diane Longines, são executados em 2.100m. Não é incomum um potro ou uma potra competir nos dois clássicos reservados para seu gênero.


Na corrida reservada aos machos a Emirates Poule d'Essai des Poulains temos Modern Games o atual destaque da Godolphin nos EUA, Ancient Rome defendendo os interesses da Coolmore, Welwal a estrela Al Shaqab Racing, Tumbler de Wertheimer et frère é um dos competidores mais destacados. Uma corrida bastante aberta, onde todos têm  fortes chances.

 

Domingo teremos destacados potros em uma prova tecnicamente muito equilibrada e um duelo franco-britânico entre Rosácea e Cachet!


Entre as potrancas, por outro lado, esperamos uma disputa entre a francesa Rosácea e a inglesa Cachet. Rosácea, de criação e propriedade do Haras de la Pérelle, na Normandia, é treinada em Deauville por Stéphane Wattel. Em cinco partidas, Rosácea venceu quatro vezes, tendo sido derrotada apenas na estréia. Sua última vitória, no Prix de la Grotte, a corrida preparatória de referência disputada no mesmo percurso da Emirates Poule d'Essai des Pouliches, mostrou um desempenho particularmente impactante. Cachet, por outro lado, é treinada na Inglaterra pelo jovem George Boughey. Em 01 de maio, ela ganhou o 1.000 Guineas, o equivalente inglês do Emirates Poule d'Essai des Pouliches. Uma vitória conquistada do início ao fim, e que ilustra o fato de que nas corridas tudo é possível! A mãe de Cachet tinha sido adquirida por apenas 3.000 Guinés (3.740€)!
 

ALGUNS NÚMEROS


Poule d'Essai des Poulains:

• André Fabre é o treinador mais bem sucedido em atividade, com 8 vitórias. O recorde é de Robert Denman, com 11 acessos.

• Quatro cavalos conseguiram completar a dobradinha Emirates Poule d'Essai des Poulains - Qatar Prix du Jockey Club desde 2005, quando a distância do Qatar Prix du Jockey Club foi reduzida para 2.100m.


Poule d'Essai des Pouliches:

• Christophe Soumillon é o jóquei de maior sucesso em atividade com 5 vitórias. O treinador Jean-Claude Rouget também pode reivindicar 5 sucessos, o que o torna o treinador mais bem-sucedido em atividade.

• Seis potrancas estrangeiras venceram a corrida.
 

ESTADO DA PISTA - A pista ParisLongchamp está pronta para receber os campeões.

O clima é particularmente ameno em todo o país, e a pista ParisLongchamp é o foco de todas as atenções para fornecer um verdadeiro tapete para os competidores no domingo. O objetivo é oferecer uma pista em 3,3 (bom). Um trecho aberto será colocado a 5m da corda e 450m do primeiro poste. A corda será colocada a 0. Foram feitos três cortes a 10cm durante a semana. A rega foi realizada na quinta-feira à noite.

A evolução do terreno pode ser vista dia após dia na conta do France Galop no Twitter.
 

CITAÇÕES DE ALGUNS PARTICIPANTES:


• Stéphane Wattel (treinador baseado em Deauville, 14)

Emirates Poule d'Essai des Pouliches (Rosacea e Who Knows)

Rosacea está indo muito bem! Não tive nenhum problema em sua preparação desde sua vitória no Prix de la Grotte. Ela progrediu desde então? Não estou em condições de dizê-lo no sentido de que fazemos tudo para não amortecer a sua explosão de velocidade. Vai haver muitos animais na largada e o ideal seria não ir muito afastado, mesmo que agora tenhamos a ajuda do trecho aberto. Apesar de que um número de fora exigiria mais sutileza nas táticas. Who Knows vai se apresentar em sua melhor forma. Precisará necessariamente de um bom terreno, o que deve ser o caso no domingo em ParisLongchamp. Ela tem muita velocidade e, portanto, há uma pequena dúvida sobre sua capacidade de segurar os 1.600m: ela precisará de um pequeno número de atacantes."


• Jean-Claude Rouget (treinador baseado em Deauville, 14)

Emirates Poule d'Essai des Poulains (Welwal, Lassaut) e Emirates Poule d'Essai des Pouliches (Osmose, Zelda)

“O objetivo do trabalho realizado na manhã de terça-feira, foi apenas de manutenção, para ver se os quatro estão aptos a rodar. É o caso! Estou feliz com suas condições e todas as luzes estão verdes para domingo."


• Bertrand Le Métayer (gerente de HH Sheikh Mohammed bin Khalifa Al Thani)

Emirates Poule d'Essai des Pouliches (Osmose)

“Osmose está indo muito bem nos treinos. Ela é muito calma, plácida e tem uma mente muito boa. Mal podemos esperar para vê-la em bom terreno e, sobretudo, numa corrida com ritmo! Dito isto, definitivamente existem potrancas mais experientes que correram no nível do Grupo 1 aos 2 anos de idade. Osmose evoluiu bastante nesses últimos tempos."


• Harry Herbert (gerente da Highclere Racing)

Emirates Poule d'Essai des Pouliches (Cachet)

“Cachet é muito competitiva! Não é realmente uma surpresa: nós a vimos na última temporada, onde correu muito. Mas, dos 2 aos 3 anos, ela deu mais um passo à frente. Ganhou força e maturidade. Ela tem muito mais força este ano. George Boughey, escolheu ir para o Emirates Poule d'Essai des Pouliches. Não intervimos no assunto, logo após as Guineas, ela manteve a vontade, sua atitude tem sido excelente desde então. Todos os sinais sobre o seu bem-estar são positivos, ela está em grande forma, o tempo está bom em Paris e as condições de corrida de domingo devem, portanto, agradá-la, assim como o percurso."


• Richard Chotard (treinador baseado em Calas-Cabriès, 13)

Emirates Poule d'Essai des Poulains (Rock Boy)

“Rock Boy pertence a uma associação de 12 proprietários, Team Calas, e haverá 30 de nós apoiando-o no domingo! O cavalo está invicto em 3 partidas. Ele tem uma explosão devastadora de velocidade, essa é sua grande força. Sempre correu em terreno muito macio ou pesado, mas não há nada que diga que não será tão eficaz em uma pista mais rápida. Seu retorno no Prix Djebel permitiu que ele entrasse em forma. O cavalo é perfeito!"


• Gianluca Bietolini (treinador baseado em Maisons-Laffitte, 78)

Emirates Poule d'Essai des Pouliches (Sea of Ash)

“Sempre valorizei a potranca, e sua última derrota veio depois de uma corrida tática. Eu a treinei para a Poule e ela trabalhou muito bem. Não vou dizer que ela vai ganhar. Mas pode correr bem e, porque não, ficar entre as primeiras."


• Francis-Henri Graffard (treinador baseado em Chantilly, 60)

Emirates Poule d'Essai des Pouliches (Acer Alley)

“Acer Alley está indo bem e todas as luzes estão verdes. A distância de 1.600m pode ser o limite para ela, mas certamente deve estar a par de sua performance no Prix de la Grotte. Seu dono quer se divertir com sua potranca, então vamos lá!"


• Didier Guillemin (treinador baseado em Mont-de-Marsan, 40)

Emirates Poule d'Essai des Poulains (Making Moovies)

“O potro trabalhou na areia na terça-feira. Ele se comportou bem. Foi um trabalho de manutenção. Nós não tentamos fazer um exercício muito difícil. É Alexandre Gavilan que vai estar associado a ele no domingo. A chuva não parece anunciada, mas Making Moovies consegue se adaptar a tudo. Acho que apesar de tudo ele tem uma ligeira preferência por terrenos mais macios. Em relação às táticas de corrida, tudo dependerá do número na posição no partidor. Pode ser montado perto da ponta ou um pouco mais longe. Isso não é um problema."


• Romain Le Dren Doleuze (treinador baseado em Deauville, 14)

Emirates Poule d'Essai des Poulains (Nesr Shalghoda)

Ter meu primeiro potro em um Grupo 1 é realmente ótimo. Vamos lá sem pressão. O que também me deixa muito orgulhoso é apresentar este potro que pertence ao meu cliente de Dubai na Poule. É ainda mais agradável porque é um turfista que investe pesado há quase quatro anos. Na semana passada trabalhei Nesr Shalghoda com limite na distância de 1.600m. Tudo parecia bem para mim. Finalmente, no Prix Djebel, seus tempos não foram ruins e a corrida foi muito rápida. O chão muito macio também não o ajudou muito. No domingo, Nesr Shalghoda deve ter seu terreno favorito."


• Henri-François Devin (treinador baseado em Chantilly, 60)

Emirates Poule d'Essai des Poulains (Texas)

“Texas melhorou desde o Prix de Fontainebleau. Se ele não estava realmente pronto para aquela prova, agora está! Ele será meu primeiro corredor nesta corrida. Há muito que pensamos nesta provação para ele. É um cavalo que não para de me surpreender: deve correr muito bem no domingo, numa distância ideal para ele! Estou ciente de que ele tem uma chance para ser um outsider, mas ele é capaz de contestar a finalização."


• Elias Mikhalides (treinador baseado em Chantilly, 60)

Emirates Poule d'Essai des Poulains (Scherzo)

“Scherzo se aclimatou muito bem. Faz um mês que ele chegou do Qatar. Ele invernou muito bem no Qatar e sua passagem de 2 para 3 anos foi excelente, tanto física quanto mentalmente. Scherzo é sereno e duro. Ele trabalhou na terça-feira passada e foi muito bom. Quando o recebi do Qatar, ele já estava com muitos treinos na distância, então apenas fez um trabalho de manutenção. A temporada começou muito mais cedo para ele! Eu acho que seu mental é seu ponto forte. Ele também é um potro que tem velocidade e equilíbrio naturais. A última corrida que ele venceu no Qatar foi de mais de 1.850m. Depois da Poule, Scherzo pode estar na largada do Qatar Prix du Jockey Club (Gr1). Tudo vai depender do desempenho dele. Nós realmente achamos que ele estará certo na distância de 2.100m."
 

Posições de largada:






Artigo France Galop. Tradução: Ricardo Imbassahy


Obs: A nossa expectativa e torcida está em Tumbler, representante do time Wertheimer.