quinta-feira, 24 de julho de 2025

Qual é o problema com Salto?




Ontem foram apresentados no leilão do Haras Palmerini cinco produtos de Salto.

De forma incompreensível não obtiveram o devido valor que suas filiações e tipos físicos indicavam ser a lógica. É de se lamentar a percepção de que apenas questões técnicas não são, infelizmente, compreendidas de forma não emocional pelo mercado brasileiro.

E tudo indica que aspectos não pragmáticos foram fundamentais para exilar Salto.

Escrevemos em junho artigo sobre ele, mostrando suas indiscutíveis qualidades como garanhão, artigo esse com mais de 400 visualizações. Nunca é tarde relembrar que Salto possui 191 filhos corridos, com 15 vencedores clássicos (7.86%), 41 colocados nessas provas (21.47%), 132 vencedores (69.11%) e 172 (90.05%) que se colocaram.

Não podemos deixar de ressaltar a extrema classe dos seus filhos, os mesmos levantaram das mais importantes provas do calendário turfistico brasileiro, a saber, GP Derby paulista, GP Zélia Peixoto de Castro, GP Roberto e Nelson Seabra e GP Linneo de Paula Machado - Grande Criterium.

O principal óbice para Salto em nosso entendimento, estava relacionado quanto a sua dominância em transmitir seu tipo europeu em um turfe fortemente influenciado pela criação norte-americana, onde o que é mais valorizado é o tamanho e peso dos yearlings.

Salto, por ser um tema sensível, teve as combinações genéticas, que produziram esses cinco indivíduos, submetidas aos nossos companheiros de equipe na Europa e por eles aprovadas, de forma unânime. Inclusive postamos em julho artigo, com mais de 500 visualizações que, de forma geral, tratava dos cruzamentos que resultaram esses produtos.

Desses cinco produtos apresentados no leilão Palmerini, dois encontram-se na média do padrão norte-americano para peso e altura na idade. Um encontra-se acima do padrão norte-americano e dois dentro da média europeia. Quanto a esses dois "europeus" restava claro que eles apenas atrairiam compradores que enxergam além do tamanho. 

Mas, infelizmente o mercado não consegue enxergar Salto. É incompreensível a relação de Salto com o comercial e que não passa por resultado de sua produção, cruzamentos e agora, depois de ontem, ficou evidente que tamanho também não importa.

Se algum amigo leitor tiver a resposta para essa situação única e que me parece apenas acontecer no turfe brasileiro, ou seja, a não valorização de um garanhão positivo na produção de alta classe, peço que nos contate em privado e ofereça essa explicação. Obrigado.