quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

A questão da endogamia no PSI




Tahiyra (442 kg), vencedora dos Irish 1000 Guineas (G1), Coronation Stakes (G1), Matron Stakes (G1) e Moyglare Stud Stakes (G1).



A endogamia é uma importante ferramenta no melhoramento genético dos animais domésticos e ela se dá quando o parentesco entre os pais é maior do que o parentesco médio da população, por consequência, determinadas combinações de pares de alelos acabam sendo fixadas, uma vez que há um aumento de indivíduos homozigotos. 

Mas, a exploração da homozigose como meio de fixação de características desejadas trás risco associado. Como existe um ou mais ancestrais comuns entre pai e mãe, os alelos que se pareiam na formação dos genes possuem alta chance de serem idênticos, permitindo a manifestação de boas ou más características, que podem ou não, estar se manifestando fenotipicamente nos pais.  

No cavalo doméstico está cientificamente demonstrado que animais com alta relação de parentesco (endogâmicos), possuem maior predisposição para perda de libido no caso dos garanhões, éguas com baixa taxa de ovulação e baixa habilidade materna, pouca capacidade adaptativa, perda de tamanho e à fragilidades na estrutura corporal. Um dos aspectos adaptativos mais percebidos para ambientes fora do clima temperado é a pouca resistência ao calor.

A endogamia no PSI somente deve ser praticada quando pai e mãe possuem características de interesse comum, que estão confirmadas na descendência dos indivíduos alvos da consanguinidade e daí aumentar a probabilidade da fixação das características buscadas na prole. A consanguinidade deve ser praticada com muito critério, pois assim como mutações benéficas acontecem, mutações prejudiciais também podem se acumular no genoma. Devemos compreender que mutações também podem acontecer em pedigrees mais abertos, caso de Mr. Prospector (Teddy 4x5) e o gene mutante SNP Mr.P.

Em cruzamentos exogâmicos a busca é por pais com características de interesse comum que serão fixadas na prole por meio de suas combinações. Essas características devem estar bem fixadas e sendo transmitidas pelas linhas de ambos os pais.

No PSI o que mais acontece é que a utilização de endogamia se dá apenas pela repetição de nomes em um pedigree sem maiores considerações de tipologia funcional, ou seja, não é considerada como a descendência dos veios de determinado ou determinados indivíduos se comportou funcionalmente nas pistas.

Um exemplo que pode servir como ilustração seria o de Danzig Connection, um Danzig de fundo sem as características de seu pai e Green Desert, um típico Danzig. A combinação tendo como alvo Danzig através da utilização de dois veios antagônicos funcionalmente, como os dois citados acima torna-se tecnicamente absurda. 

Devemos considerar que a utilização da endogamia não deve ser praticada como um jogo de roleta russa, onde o fator determinante seja a sorte. Existem critérios conhecidos e que devem ser seguidos para que possamos minimizar a enorme possibilidade do insucesso.

Abaixo segue em TAHIYRA exemplo de como uma consanguinidade tendo Danzig como alvo deve ser desenhada quando se busca velocidade e classe. Maior análise desse cruzamento, por ser muito evidente considerando transmissão e tipologia funcional, deixamos aos nossos leitores a título de exercício.





     


Desejamos a todos um Feliz Natal e Próspero 2026.