domingo, 21 de novembro de 2021

Qual o caminho do ouro?

 



Uma das perguntas que mais se faz no mundo do turfe é qual o caminho do sucesso para se criar o craque. Com certeza essa é uma questão quase que irrespondível. 

Se o fator fosse apenas dinheiro as operações Aga Khan, Wertheimer, Darley, Juddmonte, Coolmore e Shadai seriam hegemônicas mundialmente e não o são. Seguramente criações relevantes mas não absolutas, sempre há espaço para o surgimento de atores outsiders e eles constantemente aparecem em cena.

Existem preceitos que devem ser observados, como quais linhagens que melhor se adequam a determinados ambientes de criação, treinamento e hipódromos. E esses aspectos no nosso entendimento são fundamentos basais.

Vemos também como relevante estudar as características que determinados garanhões transmitem e no caso de se querer importar saber se o garanhão que se importa corresponde com o estoque genético a disposição.

Um exemplo que podemos citar é o de New Year's Day, a combinação Machiavellian x Sunday Silence estatisticamente é um sucesso e ficamos surpreendidos quando New Year's Day foi importado. Talvez o óbvio ululante, como dizia Nelson Rodrigues, havia sido percebido por nossos criadores ou aos técnicos que os assessoram. 

Se a importação de New Year's Day não foi fruto do acaso é em virtude de que houve um planejamento para o enorme estoque de filhas de Agnes Gold e futuramente Hat Trick. Será? 

O Brasil finalmente importava um garanhão que poderia promover combinação já comprovada de sucesso. 

Lamentavelmente os japoneses buscam caminhos para a descendência de Sunday Silence e seus filhos. Naquele momento o mais gabaritado indivíduo que o staff Yoshida identificou na linha e disponível no mercado foi New Year's Day e aí ele bateu asas e voou...

New Year's Day no Japão foi o garanhão de primeira monta que mais serviu éguas na temporada, ou seja, no primeiro ano a Shadai recuperou seu investimento e ainda praticou lucro.

Então, voltemos ao ponto, a criação brasileira vive hoje em regime de condomínio para garanhões e não basta somente a importação de cavalos apenas por importar, deve-se analisar o pool genético das éguas existentes e se trazer pontualmente animais que provavelmente possam oferecer maior possibilidade de êxito.  

Uma importação que consideramos válida foi a de Verrazano, mesmo em que pese sobre ele indiscutível fracasso como reprodutor, pois recebeu éguas do pelotão de cima e sua produção ficou extremamente abaixo da expectativa. Mas, Verrazano foi em pistas um cavalo de muito boa categoria e por mistério dos deuses do turfe os Halos vão muito bem no hemisfério sul, assim como os Icecapades.

Consequentemente acreditamos que Verrazano terá bom sucesso no Brasil como garanhão e certamente será um avô materno marcante. 

Voltando a Agnes Gold mais Hat Trick, e pensando em um melhor aproveitamento de suas filhas no futuro. Caso exista mais na frente interesse em importar algum cavalo para garanhão, que os técnicos que auxiliam os criadores no Brasil estudem para identificar algum indivíduo que possa somar a essa espetacular genética. Lembremos que futuramente também haverá filhas de Verrazano a disposição. 

As vezes é melhor refletir um pouquinho antes de se sair de orelhada... 


Sempre haverá essa esperança.